domingo, 20 de fevereiro de 2011

Bom remédio! Mal aplicado...

Nestes dias, duas polêmicas aparentemente sem ligação entre si estão sendo noticiadas. "MEC sugere não reprovar aluno nos três primeiros anos do Fundamental" (Bom Dia Brasil) e "DNA de negros e pardos do Brasil é muito europeu" (FSP, para assinantes).

Em comum o fato de poderem ser bons remédios, mas usados de maneira errada... Explico.

A questão da progressão continuada já está sendo discutida há tempos (e execrada na maioria das vezes). Qual o motivo de instituir a progressão? Reduzir a evasão escolar. Qual a ação que de fato reduziria a evasão escolar? Recuperação paralela, constante e atuante - entre alguns outros fatores. Então por que insistir no remédio errado? A meu ver, o governo não tem condições de aplicar a recuperação nas escolas. Então aprova-se por decreto! Não é a progressão continuada que está errada ou que oferece problemas. É um empurrar com a barriga dos governantes...

Na questão das cotas vejo o mesmo problema. Qual o ideal? Que qualquer criança, de qualquer raça, tenha escola de qualidade desde a educação infantil. O governo até deu um bom passo nesse sentido ao institucionalizar o fundamental de 9 anos e forçar a existência da educação infantil. Mas a cota racial na universidade é querer aprovar por decreto, mais uma vez! Se os negros (na verdade os pobres) não conseguem entrar no ensino superior, são classificados "à força"...

A cota enfrenta ainda outros pontos polêmicos:
- Por que não cota social?
- Quem é negro, pardo, mulato, branco? (vide a matéria acima)
- Quem define quem é de qual raça?

Eis portanto o ponto em comum: na impossibilidade de resolver em curto prazo da maneira definitiva, parte-se para uma solução temporária e arbitrária. As soluções corretas deveriam vir logo atrás, mas ainda não vemos isso acontecer...

Uma pena...