terça-feira, 27 de abril de 2010

O Professor e as TICs

Se você não está acostumado no assunto, primeiro um aviso: TIC não é um gesto nervoso (sic!), mas sigla de Tecnologia de Informação e Comunicação, ok? rsrsrs

Foi notícia na Agência Brasil: Professores devem ser mais bem preparados para lidar com tecnologia da informação, diz especialista. Comentário feito em evento em Brasília promovido pela Unesco. Parece uma afirmação óbvia, mas nunca é demais dizer.

Em todos os eventos que participei para tratar de tecnologia em sala de aula, inclusive fora do país, sempre acabou com a mesma conclusão: para cada real investido em máquinas e softwares, no mínimo outro real deve ser gasto na formação dos educadores. Infelizmente muitas das tentativas falharam nesse quesito.

Se reparar nos posts abaixo, de maneiras diferentes e situações diferentes, a frase a ser repisada é FORMAR BONS PROFESSORES. Tão simples e tão complicado!

domingo, 25 de abril de 2010

Chile aprova mudança de horários de aulas para alunos assistirem à Copa

Notícia de O Estado de São Paulo.
A Câmara dos Deputados do Chile aprovou nesta quinta-feira, 22, um acordo para pedir ao Ministério da Educação a flexibilização dos horários de aula durante a próxima Copa do Mundo, para que os estudantes possam assistir aos jogos da seleção chilena.

Bom estarmos no Brasil, né? Com ou sem lei, o país vai parar durante a copa - não só durante os jogos da seleção brasileira. Aí fico pensando... 200 dias letivos? Como? Aliás, se pensarmos na sociedade, será que temos 200 dias de efetivo trabalho nas empresas, nas fábricas?

Sim, sei que temos até mais que isso, mas... haja feriado, haja comemoração! Bom seria aproveitar o momento e estipular uma nova lei, simples, rápida e curta:

Se o horário oficial é o de Brasília, por que a gente tem que trabalhar na segunda e na sexta? É... só rindo mesmo!

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Repetir até a exaustão: professor é a chave da educação!

Parece que não se cansam de ouvir. Então muitos não se cansam de falar...
O professor é a chave da educação! Sim, há influência da tecnologia, do ambiente, até da genética. Uma escola bem cuidada, bem equipada ajuda.

Mas o essencial é o bom professor! A última confirmação está em O Estado de São Paulo de hoje (23/abr/2010): Professor ruim reprime potencial de bom aluno, mostra estudo.

Se todos sabem que assim é... Por quê continuamos a formar professores como no século passado? Por quê tão pouca valorização para esta profissão (e não falo só em salário)?

Como melhorar educação sem priorizar o professor? Todos falam assim, poucos agem de acordo! Não acha?

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Dois bilhões de laptops podem ser insuficientes para educar

Este é o título de uma matéria publicada pelo portal Terra.
OLPC... Eis um projeto polêmico! Talvez, como tudo que exagere na dose, o projeto precise "cair na real".

Para ficar só no que escreve a reportagem, "O objetivo é permitir que cada uma dos dois bilhões de crianças nos países em desenvolvimento tenha um laptop." Mas, como aliás comenta o próprio título, a notícia continua:

"Ele diz que essas iniciativas se baseiam no mito de que 'a tecnologia é o gargalo, nos países em desenvolvimento'.

Muitas outras coisas também representam gargalos, diz 'entre as quais limitações institucionais, situação econômica, infraestrutura básica de serviços e situação política. E tecnologia tampouco deve ser entendida como sinônimo de educação'.
"

Ah bom... Voltamos ao problema de formar bons professores, de oferecer condições adequadas na escola, de alimentação aos alunos, de cultura à população, ... Para educar, precisamos gente com ética, que também está em falta!

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Apostilas ou livros? Restringe ou auxilia?

No início deste mês de abril matéria da Folha de São Paulo (replicada em vários meios de comunicação) davam conta de que "Escolas usam apostilas não avaliadas pelo MEC". Basicamente, o resumo é o seguinte: "Os tradicionais livros didáticos perdem cada vez mais espaço para as apostilas elaboradas por redes de ensino privado."

O que é apostila? O que é livro? O que diferencia apostila de livro? As redes de ensino têm livro ou apostila?

Basicamente, livro é o material com autor(es) conhecido(s), diferente de uma apostila que faz uma colagem de artigos e assuntos; o livro está registrado na Biblioteca Nacional e possui ISBN ( International Standard Book Number ).

Mas, diferentemente do que pensam muitos livro pode ser material "espiralado"! Tudo isto para dizer que antes de mais nada, deve-se perceber que material de redes de ensino pode ser livro e não apostila. Ao menos no caso da Rede Católica de Educação, onde trabalho, é!

Portanto, falamos de "escolas que usam livros não avaliados pelo MEC", ok? Então vejamos as principais críticas ao sistema:

* o sistema pode tirar a autonomia do professor:
Um sistema de qualidade pode até oferecer maior autonomia ao professor, por dar mais clareza ao processo educativo da escola inteira. Querer autonomia do professor, neste caso, parece ser interessante do ponto de vista individual, mas falamos de uma escola inteira! Se a autonomia de cada professor for de fato exercida na escola, haverá uma colcha de retalhos que só prejudicará o ensino. O que pode tirar a autonomia do professor é a má gestão da sala de aula, tanto por ele mesmo como pela escola.

* em alguns casos, dar pouca margem para trabalhar conteúdos regionais:
Acredito que esta afirmação trás um conceito de livro muito atrasado! O livro é um instrumento na mão do professor - somente isso. Um importante instrumento, mas nada além disso. Não cabe ao livro traçar todas as regionalidades ou todas as diferentes características de cada comunidade escolar. Cabe ao professor programar suas aulas para a partir do livro e de outros materiais tratar o diferente quando achar conveniente. Novamente dá autonomia ao professor.

Quanto à falta de avaliação do MEC, de fato, poderia ser interessante que houvesse uma segurança maior. É possível haver material de péssima qualidade sendo usada. Só lembro que o MEC poderia avaliar se assim o quisesse. E também que avaliação do MEC não é necessariamente garantia de qualidade.

Para discutirmos...

terça-feira, 13 de abril de 2010

Novamente! Escola particular na mira!

Numa atitude típica do governo atual, onde a democracia é melhor para os amigos e partidários, organizou-se um Congresso Nacional de Educação (CONAE) que tinha por objetivo principal subsidiar o novo Plano Nacional de Educação.

A quantidade de notícias foi grande! Quem acompanha o clipping que desenvolvo recebeu link para quase 100 notícias diferentes - e foi só um resumo. Deu de tudo, de avanço e de retrocesso.

Mas e a discussão sobre o particular? Notícia no portal Terra:

"Participantes divergem sobre setor privado na Conae
Delegados e observadores tiveram opiniões diferentes sobre a presença do setor privado nos debates da Conferência Nacional da Educação (Conae), que tem como principal missão traçar as diretrizes para o próximo Plano Nacional de Educação que irá vigorar de 2011 a 2020 e deve orientar os investimentos em educação e as prioridades do país na área.

Segundo a pedagoga do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) no Espírito Santo, Fabiana Cristina Lírio, "as dicussões sobre o privado" - ou mesmo a menção ao mesmo - "aparecem muito pouco"."Quando você está no setor privado, você tem um outro tratamento. Muitas vezes o setor privado acaba não dando os direitos que existem no setor público, e isso causa uma frustração", afirmou. (...)"

Na Agência Brasil, o título dizia: "Conae defende fim de convênios com creches". Eis uma idéia possível. Mas não parou aí...

O Estado de São Paulo anunciou:

"Nova agência regularia educação particular

A criação de uma agência reguladora da educação privada no País é uma das propostas que devem constar no novo Plano Nacional de Educação (PNE). O objetivo seria aumentar o controle sobre os materiais didáticos utilizados na educação básica e sobre a qualidade dos cursos e das instituições do ensino superior.

A proposta foi debatida e aprovada na Conferência Nacional de Educação (Conae), que ocorreu na semana passada em Brasília. Segundo o coordenador geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara, a viabilidade da sugestão ainda vai ser analisada.

“Com ou sem uma agência, o que ficou definido na Conae quase por unanimidade é que a educação privada precisa ser regulada”, explica. Segundo ele, o surgimento de um órgão que monitore especialmente as instituições particulares de ensino superior não desqualifica o trabalho que o Ministério da Educação (MEC) vem desenvolvendo. "

E aí a coisa começa a complicar! Veja também matéria do portal Envolverde: "Plano Nacional de Educação terá proposta para apertar controle de ensino privado".

Alguns já se manifestaram. Veja por exemplo:

Editorial do jornal Zero Hora - Intervencionismo na Educação

Artigo publicado no Jornal de Santa Catarina - Defensor das escolas particulares, de Nelson Valente.

Na discussão relembro minha visita pelo Canadá para conhecer o sistema de ensino daquele país (já se vão quase 10 anos). E lá cada estado (província) é soberano na escolha.

Assim, temos estados totalmente regulados - mas também totalmente financiados pelo Estado. Explico: a escola privada pode existir mas tem um conjunto enorme de regras para funcionar. Mas quem paga pelos alunos ali matriculados é o próprio Estado. Caso de Quebec, por exemplo.

Mas existem as províncias em que basta ter gente interessada em pagar por suas aulas para abrir uma escola! Caso de Ontario. Você quer abrir uma escola? Abra... Mas o risco é totalmente seu, não há nenhum tipo de intervenção do governo - nem na questão pedagógica nem na questão financeira. Estas escolas pagam todos os impostos, cobram o que querem e sobrevivem se puderem!

Vejo na comparação o principal problema do Brasil. Os radicais de plantão querem ao mesmo tempo uma empresa "comum" (pagando todos os impostos, sem nenhuma ajuda) e uma empresa totalmente regulada pelo Estado! Isso não existe! Não é possível!

Querem mesmo regular o ensino privado no país? Eu também quero e acho necessário! Mas tenhamos bom senso de reconhecer que sem a escola privada este país seria muito mais pobre. quero uma escola pública de qualidade! Mas que a escola privada tenha a possibilidade de existir. Vamos caminhar nesta discussão?

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Conferência de Educação quer 20 alunos por sala de aula no ensino fundamental

Foi notícia geral, aqui pela UOL (para assinantes):

"Representantes da sociedade civil decidiram, nesta quarta-feira (31), na Conae (Conferência Nacional de Educação), que o número de alunos por sala de aula deve diminuir. Foi aprovada uma proposta para que todas as turmas tenham cinco estudantes a menos do que o indicado atualmente.

Pelo texto da Conae, as turmas da pré-escola devem diminuir de 20 para 15 alunos; as do ensino fundamental, de 25 para 20; as de ensino médio, de 30 para 25; e, finalmente, as de ensino superior, de 35, para 30.

Vale lembrar que estes números são indicativos, mas há muitas escolas que não os colocam em prática."

Não sei, mas as vezes parece que as pessoas não têm senso de realidade. Nem a indicação atual é cumprida... e não se cumpre por vários motivos, inclusive por falta de condições financeiras (custo da medida é muito alto).

Não sou pedagogo, mas acredito que mesmo na área podemos discutir a validade desta medida. Então... qual o motivo desta discussão? Só serve para dar dor de cabeça aos mantenedores de escolas particulares!