Estava tentando refletir sobre o consumismo quando me deparo com uma manchete do portal Uol: "Violência no mundo cresce e causa impacto anual de US$ 7 trilhões, aponta Índice Global da Paz". Quase entrei em parafuso!
O ciclo da violência é assustador. Vemos que a violência cresce no mundo inteiro. No oriente médio e as eternas brigas entre Israel e Palestinos (entre várias outras). Na África, entre os clãs diferentes dentro de países artificialmente montados. Na Europa, com facções terroristas que insistem em reaparecer de quando em quando. Nos morros cariocas dominados pelo tráfico - e dizem que a chegada da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) só transfere a violência para além dos morros ou para outros morros.
Mas também - e principalmente - para nossos vizinhos em brigas de casais; em bullying nas escolas e na internet (o cyberbullying); em medos, em cercas, em muros, em alarmes, em seguranças, em armas, ... CLIC! Voltei ao consumismo, centro de minhas reflexões antes da notícia! Pretendemos reduzir violência comprando segurança, mas acabamos por gerar mais violência! Dizem que 50% dos impostos pagos pelos estadunidenses vão para o exército americano! Estamos num ciclo assutador, onde o egoísmo e a sede de ter acabarão por nos destruir.
Estamos nos matando! Não somente com armas. Estamos destruindo nosso mundo, acabando com nossa água, poluindo nosso ar, esgotando nossos minérios. Aliás, existe um filme na internet (21 min de duração) já com versão brasileira, chamado "a história das coisas" (está neste blog, no lado direito). Muito bom, vale a pena ver (se preferir original, em inglês com legendas em português, clique aqui).
Resumo do filme: acabamos com a natureza para extrair material que nossa indústria possa processar - gerando lixo tóxico - que vai para o comércio que paga mal para ter bons preços, que nos vende barato mas exige grande circulação de bens nos fazendo descartar logo para ir comprar outro, que gera muito lixo e falta de espaço adequado para ele, falta de tratamento adequado, que gera novo dano à natureza, completando o ciclo e reiniciando o processo auto-destrutivo em que nos encontramos. (propositalmente escrevi frase longa, cansativa e sem ponto - é um ciclo que cansa qualquer um!)
E a escola? Onde está nesse processo? Deveria estar cuidando de formar para o "ser pessoa" e não deixando-nos medir pelo "ter coisas". Deveria gerar paz e impedir o bullying ou qualquer outra violência. Deveria ser fonte de um anti-consumismo exacerbado (ou consumismo consciente). Deveria... Mas pouco vejo de concreto. A escola até faz alguma ação pontual, mas não entra fundo na questão. Arranha o verniz, não trabalha a mudança de cultura, necessária para um mundo de fato melhor. E infelizmente, se não atrapalha esse processo, ajuda a aumentá-lo! Nosso mundo está num ciclo vicioso e a escola está ajudando a manter esse ciclo "rodando".
Fácil? Não é sem dúvida! Receita? Eu não tenho e acredito que ninguém tenha. Mas por algum ponto deveremos começar, antes que seja tarde! Não acha?