quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Dois pesos, duas medidas

Sei não...

Ouvindo o telejornal (é, ouvindo a TV para aproveitar e trabalhar um pouco), chama-me atenção a notícia de que uma condenada americana está para ser executada. Veja, por exemplo, "Hoje é o último dia de Teresa Lewis". Notícia seguinte fala do presidente do Irã discursando na ONU e toda a confusão que isso gerou. Interessante que havia protesto público do lado de fora, pedindo fim da pena de morte por lá...

Lembrei-me que Ahmadinejad, que não é flor que se cheire, tem uma ponta de razão nesse aspecto, quando há dois diasrelacionou os fatos: "Irã critica os silêncio da mídia sobre deficiente condenada à morte os EUA" ou ainda "Ocidente mantém 'dois pesos e duas medidas' sobre pena de morte, diz Irã".

Talvez os mais radicais não aceitem a comparação por ser ele quem é. Sei que existem diferenças importantes entre os casos, tais como lisura do processo de julgamento e modo de execução. Mas...

O resultado final é o mesmo. Pena de morte. Morrer. Ponto.

Talvez no Irã haja uma possibilidade maior de erro. Mas não elimina a possibilidade de erro também nos EUA - que aliás já aconteceu... Por quê, então, no caso dos EUA é legal, possível e legítimo?

Não defendo o Irã, não defendo a pena dada à iraniana Mohammadi-Ashtiani. Mas acho que da mesma forma deveríamos condenar os EUA pela pena de morte. E quem mais a praticar! Ou teremos, sim, dois pesos e duas medidas!

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Deixem a escola trabalhar!

Nova matéria na Uol tem como título: "Tramitam no Congresso mais de 250 projetos para criar novas disciplinas ou alterar currículo escolar".

Diz a reportagem:
"Um em quatro projetos de lei sobre educação que tramitam na Câmara e no Senado é sobre alteração curricular -- com criação e inclusão de disciplinas ou mudança no conteúdo ensinado na escola. São mais de 250 propostas com essa intenção, segundo levantamento realizado pelo Observatório da Educação, da ONG Ação Educativa.
Na visão dos parlamentares, os alunos deveriam aprender esperanto, leis e regras de trânsito, como lidar com o dinheiro ou direitos do consumidor, por exemplo. Segundo a Ação Educativa, a maioria dos projetos que incluem novas disciplinas no currículo escolar é voltada para as áreas do meio ambiente e da cultura de paz -- 15 membros do legislativo federal possuem propostas sobre pelo menos um desses dois temas."

Já falei sobre esse assunto algumas vezes... Em junho, por exemplo: "Sufocando a Liberdade". Acredito que já virou palhaçada! E hora ou outra o bom senso voltará (esperança é última que morre?)

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

A falta que o bom senso faz...

A cada dia estou mais convencido de que sem discernimento este mundo nos engole! A quantidade de absurdos supera qualquer expectativa; as contradições são cada vez mais gritantes; a falta de rumo parece ser normal e corriqueiro.

Como meros consumidores de informação, nos deparamos com centenas de notícias a cada segundo! Precisamos saber separar o que é importante do que é inútil. Ainda como consumidores nos deparamos com notícias contraditórias e ficamos sem saber o que pensar...

É o que tenho visto na questão da tecnologia. Recentemente vimos que "Tecnologia é desculpa mais utilizada por quem não faz lição de casa" (Olhar Digital). Nada mais natural! Para uma geração que não imagina a possibilidade de viver sem tecnologia, ela é também a desculpa. Outra matéria nos alertava que "Estudo vincula uso de redes sociais a desempenho acadêmico inferior" (O Estado de São Paulo) mostrando que o fato de estar permanentemente conectado é prejudicial aos estudos. Não é lógico e óbvio?

Ah! A falta que o bom senso faz... Bom senso de saber evitar exageros de qualquer lado. Não usar tecnologia de uma lado, usá-la desmesuradamente de outro. Não perceber que o mundo mudou de uma lado, querer tudo totalmente novo, desprezando o antigo, de outro.

Tecnologia facilitou a preguiça do aluno, que agora cola trabalhos da internet? "CTRL C + CTRL V: trabalhos escolares "analíticos" dificultam cópias da internet, dizem docentes" (Uol). O mundo mudou. O professor tem que mudar, seu papel é outro. A escola tem que mudar.

Não é a primeira vez que comento sobre tecnologia no ensino. Quer se lembrar? Veja "Afinal, informática ajuda ou atrapalha o ensino?", por exemplo.

E vamos lutar por bom senso!

Outros artigos nesta linha:
Sua escola está pronta para o século XXI?
O Professor e as TICs
Educação e TICs

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Educação: um item supérfluo para o consumidor

Foi uma manchete da Folha Dirigida no dia 13/jul/2010. Achei interessante a tão pequena repercussão! Por tratar-se de site fechado, retomo aqui parte do texto (em itálico) e comento (sem itálico). Ok?

Um dos caminhos para a educação avançar, na visão dos especialistas, é o brasileiro entender o quanto é decisiva a formação educacional para o crescimento de um indivíduo. Este reconhecimento ocorre, em geral, a partir de duas vertentes. Uma é o acompanhamento direto dos pais em relação ao que os filhos aprendem ou não e ao trabalho que é feito na instituição de ensino. Nesta já se sabe que os responsáveis se envolvem bem menos que o aconselhável. Outra forma de avaliar o quanto se valoriza a educação, que, por sinal, tem sido pouco estudada, é saber em que medida a educação é prioridade nos investimentos familiares.

Uma pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no último mês, lança uma luz sobre este último ponto e revela um quadro que também não é muito animador. A partir de dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), iniciada em 2008 e concluída em 2009, fica evidente que, na lista de prioridades dos gastos da população, o ensino se torna um item quase supérfluo.

(...) A pesquisa feita a partir dos dados do IBGE trouxe, no entanto, uma notícia ainda pior: a participação dos gastos com Educação está em trajetória de queda. Os dispêndios com formação educacional, por parte das famílias, foram mais baixos do que os números da pesquisa anterior, referente aos anos de 2002 e 2003. A participação do investimento dos brasileiros, que, na POF 2002/2003, foi de 4,1%, na atual caiu para 3,0%.

Há razão para esse resultado não significar somente desinteresse por educação. Parte da explicação pela queda dos gastos acontece por haver mais alunos na escola pública - portanto, com gasto menor. Isto até que é positivo, não?

Mas, como diz a matéria acima, não é só isso. Trata-se também de prioridades! E historicamente a sociedade brasileira tem a noção de que educação é importante, mas deve ser gratuito. Outras são as prioridades - o que se torna nítido ao mostrar alguns índices. Vejamos outra parte da matéria.

Duas inferências podem ser feitas a partir destes números: ou os brasileiros efetivamente se preocupam menos com Educação de seus filhos ou, por dificuldades financeiras, os pais têm sido obrigados a recorrer à rede pública, que tem ampliado a oferta de vagas, ao longo dos últimos anos.

Isto é particularmente preocupante para as escolas privadas! A prioridade da educação não se observa na questão financeira! Questão preço e inadimplência sempre estarão na moda...

Quer ver a matéria na íntegra? Folha Dirigida (para cadastrados, gratuito).