Em um mundo cada vez mais dependente de "Googles", "Siris", "Nows" e filtros em geral, temos que tomar cuidado para não deixar que nosso mundo seja o que o filtro nos mostrar...
Aos poucos, sem que se perceba, somos cada vez mais dependentes das TICs (Tecnologias de Informação e Comunicação). Estamos "plugados" até enquanto dormimos! Sabemos de tudo, no exato momento em que acontece. Certo? Nem tanto...
Perdidos nesse mundo de informação, precisamos de filtros que nos ajudem a selecionar, a não perder tempo com "lixo", a ler, ver, ouvir somente aquilo que nos interessa. Ninguém consegue ver tudo, já que esse "tudo" é muita coisa. Como filtrar?
Temos recebido muita ajuda para os filtros. O facebook não mostra todas as mensagens de todos os seus amigos no feed, mas somente os posts dos amigos mais relevantes - a não ser que você escolha a classificação "mais recentes" como opção. O Facebook filtra para você!
Os buscadores (Google como exemplo maior) desenvolvem intrincados cálculos matemáticos para ordenar os links que aparecerão para sua procura. A relevância é um aspecto importante, mas a relevância também depende de seu histórico. Sabia que as respostas para sua busca não serão as mesmas se outra pessoa perguntar exatamente a mesma coisa?
Mais recente, temos o mundo nos smartphones. E com eles chegam Siri (para Apple) e Google Now (para Android). Eles pretendem facilitar a nossa vida! Oferecem a previsão do tempo da cidade em que estamos, seja qual for. Oferecem condições de trânsito, possibilidades de transporte público, sugestões de livros e filmes, lembretes de reuniões, ... Tudo em um único toque, tudo em um só serviço. Como? Eles "aprendem" sobre quem somos e sobre nossas preferências.
Mas... isso tudo é bom? Acredito que, como tudo na vida, temos aspectos positivos e negativos. Que temos uma grande ajuda para nosso cotidiano cada vez mais estressante, não há dúvida!
Há, no entanto, um perigo a observar. São os algoritmos criados para toda essa parafernália que estão filtrando o que devemos saber do que não nos interessa. A notícia que devemos ler da notícia que não nos interessa.
E ainda pior: recebemos a notícia de acordo com nossas convicções políticas, sem "perder tempo" em saber do que outras correntes pensam ou dizem. Sim, pois em nossas preferências, devidamente "anotadas" pelas máquinas, estão os veículos de comunicação que preferimos.
Se você costuma ler material na linha socialista, as respostas ao que procura serão entregues com prioridade para a linha socialista. Se é religioso, no viés religioso. Sempre de acordo com suas preferências.
Não afirmo que isso é necessariamente ruim. Mas é bom que você esteja atento! Nem tudo o que você vê, lê ou escuta é tudo o que existe. A sua opinião não é a única, podendo inclusive não ser a melhor. No seu mundo "filtrado" você enxerga somente uma parte do mundo - afinal, ele é filtrado.
Cabe a você, ciente da situação, procurar "o outro lado". Procurar a notícia "completa". Informar-se de fato. Até para aprender, cada vez mais, a conviver com o diferente. Ou você terá a consciência de mundo que a máquina te permitir...