sábado, 31 de março de 2012

Tecnologia e educação - 26 a 30/mar/2012

Esta semana teve dica do facebook ("O ensino para crianças digitais") com dicas de como ajudar alunos na segurança da navegação.

Salman Khan aparece mais uma vez com seus vídeos para ensinar sobre tudo ("Vídeos de aulas na internet viram hit e prometem ajudar da pré-escola ao vestibular"): tomará o lugar da escola? Sim, da velha escola...

Nos EUA os professores fazem uso passivo das redes sociais. E no Brasil um artigo lembra que a formação dos professores precisa ser totalmente revista!

Interessante também a matéria em que um "Jornalista britânico defende aprendizado compartilhado".

Esses e outros links estão abaixo, para seu proveito. Confira as dicas!

E bom fim de semana.

  • O ensino para crianças digitais
    A tecnologia está em todo o lugar e seus alunos não deixam de usar seus telefones celulares e mídias sociais quando chegam na escola. Dentro e fora da sala de aula, os professores podem exercer um papel importante na manutenção da segurança dos jovens.
    Dicas Facebook

  • Novas tecnologias não anulam a importância das bibliotecas físicas
    “A biblioteca Google cumpre um papel significativo ao escanear e divulgar as obras raras. Mas as novas tecnologias não anulam a importância e o papel das bibliotecas físicas, enquanto centros não apenas de conservação, mas também de difusão da leitura”, defende Nelson Schapochnik, professor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP) e especialista em história da leitura.
    Aprendiz

  • Artigo: A formação de professores
    Carmensita Matos Braga Passos, coordenadora da Formação Pedagógica das Licenciaturas
    A qualidade do trabalho escolar não se elevará apenas a partir de uma melhor formação de seus professores; são necessárias políticas educacionais amplas. O mundo contemporâneo impõe novos desafios aos cidadãos: globalização, desenvolvimento científico e tecnológico, conflitos étnicos, éticos e religiosos. São fatores que vêm exigir mais do professor e da sua formação.
    O Povo

  • Vídeos de aulas na internet viram hit e prometem ajudar da pré-escola ao vestibular
    Não é só vídeo engraçado que vira hit no Youtube. O educador americano Salman Khan conseguiu a proeza de mais de 132 milhões de acessos aos seus vídeos de matemática, biologia, química, física, entre outras matérias. Os resultados animaram brasileiros a “importar” a ideia e a criar novos conteúdos aqui no país. Duas iniciativas já estão no ar gratuitamente: a tradução e dublagem dos vídeos de Khan, pela Fundação Lemann, e o Qmágico, site elaborado por alunos do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA).
    Uol

  • EUA: pesquisa indica uso passivo de redes sociais por professores
    Mais de 80% dos professores estão nas mídias sociais e metade deles usa esses recursos em sala da aula. A constatação está em um levantamento realizado pelo Grupo de Pesquisa Babson em colaboração com o New Marketing Labs, que ouviu mil professores dos Estados Unidos. A pesquisa, publicada pelo grupo Pearson, está sendo divulgada pela Universia Brasil, rede ibero-americana de educação.
    Terra

  • Jornalista britânico defende aprendizado compartilhado
    O escritor e jornalista britânico Dougald Hine participou nesta terça-feira do Think Infinitive with Google 2012, em São Paulo, onde falou sobre a necessidade de se reinventar as formas de aprendizagem em uma sociedade que convive cada vez mais com as novas tecnologias. Segundo ele os sistemas educacionais atuais estão se aproximando do seu "Momento Napster", ou seja, a hora de compartilhar o conhecimento.
    Terra

  • Novos rumos da educação a distância
    Com um número de matrículas cada vez maior, essa modalidade de ensino requer o aumento da interatividade entre professores e alunos, além de oficinas de capacitação para facilitar o acesso às tecnologias disponíveis.
    Ciência Hoje
  • Maioria dos brasileiros nunca ouviu falar em e-books, diz pesquisa
    Dos 30% que já ouviram falar em e-books, 82% nunca leram um livro eletrônico. Foram ouvidas 5 mil pessoas.
    IDG Now

  • Nos EUA, 80% dos professores usam mídias sociais e metade deles leva recurso para sala de aula
    Docentes das áreas de Ciências Humanas e Sociais são mais adeptos às novas tecnologias
    Mais de 80% dos professores estão nas mídias sociais e metade deles usa esses recursos em sala de aula. A constatação faz parte de um levantamento realizado pelo Grupo de Pesquisa Babson em colaboração com o New Marketing Labs.
    Olhar Digital

  • Seleção de acervos virtuais
    Conheça sites que permitem visualizar reproduções de obras de arte e que oferecem informações confiáveis sobre artistas brasileiros e estrangeiros
    Nova Escola
  • quinta-feira, 24 de novembro de 2011

    A mágica dos 6 anos de idade!

    Ou "As imbecilidades de uma legislação que não funciona"

    Tema do momento, a idade mínima para poder ser matriculado no Ensino Fundamental deveria passar a ser 6 anos completos até o dia 31 de março. Assim diz o parecer do MEC, aprovado em 2010. Mas uma liminar (mais um lance de muitos que prometem acontecer) acaba de dizer que é possível matricular crianças mais jovens.

    Procurando compreender ambos os lados, acredito que todos têm um pouco de razão na questão. Logo, todos têm muito de irracionalidade! Vejamos...

    LDB

    A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional quis dar liberdade às redes e às escolas para que o projeto educativo pudesse espelhar a comunidade local. O problema é que não avisaram os legisladores, que continuam procurando entulhar a educação de leis, entupindo a grade curricular de matérias em detrimento de português e matemática (apenas como exemplo).

    Voltemos ao nosso assunto:

    - no artigo 4º, inciso IV, diz-se que é dever do Estado "atendimento gratuito em creches e pré-escolas às crianças de zero a seis anos de idade". Com a alteração do Fundamental, fica a pré-escola até 5 anos e fundamental (agora com 9 anos de duração) a partir dos 6 anos.

    - no artigo 6º avisa que "É dever dos pais ou responsáveis efetuar a matrícula dos menores, a partir dos sete anos de idade, no ensino fundamental." - lembrando que agora é a partir dos 6 anos.

    - o artigo 23 faz uma distinção importante: "A educação básica poderá organizar -se em séries anuais, períodos semestrais, ciclos, alternância regular de períodos de estudos, grupos não-seriados, com base na idade, na competência e em outros critérios, ou por forma diversa de organização, sempre que o interesse do processo de aprendizagem assim o recomendar."
    O parágrafo deste artigo também é importante: "§ 1º. A escola poderá reclassificar os alunos, inclusive quando se tratar de transferências entre estabelecimentos situados no País e no exterior, tendo como base as normas curriculares gerais." (negritos por minha conta)

    Portanto, em que pese haver uma definição de idade, a LDB não pretendia fixar este quesito como algo essencial para a escolaridade do aluno. Tudo dependeria de uma avaliação mais abrangente - até incluindo a idade.

    A PRÁTICA

    Mas o que aconteceu na prática? Vou generalizar, mesmo sabendo que nem todos cabem nesse perfil...

    A ansiedade dos pais em educar os filhos, em fazê-los "ganhar tempo" de vida, faz com que procurem a escola cada vez mais cedo. Querem alfabetizar as crianças o quanto antes possível e sentem-se felizes quando elas balbuciam leitura de outdoors, placas, revistas.

    De outro lado escolas que não se sentem capazes de "lutar" contra as ansiedades dos clientes e aceitam as crianças sem avaliações ou com um mínimo de exigência.

    Sim, acredito que o espírito que levou à confecção do parecer do CNE é válido: existem exageros no uso da liberdade dada em detrimento das crianças, que sofrem consequências ao começar antes do tempo. Mas para coibir exageros parece que exagerou na dose...

    REMÉDIO MUITO FORTE

    O certo seria conter excessos! Mas o CNE quis aplicar um remédio forte demais: ninguém pode, ninguém deve, ninguém tem condições. Claro exagero!

    Vale observar frases do despacho do juiz ao acatar a liminar: a resolução "põe por terra a isonomia, deixando que a capacidade de aprendizagem da criança individualmente considerada seja fixada de forma genérica e exclusivamente com base em critério cronológico", disse o juiz. E ainda argumentou que permitir que uma criança que completa seis anos seja matriculada e impedir que outra que faz aniversário um mês depois não o seja "redunda em patente afronta ao princípio da autonomia". A decisão também questiona a base científica para definição da idade de corte.

    Talvez fosse o caso de um parecer sugerindo processo mínimo necessário para garantir que o melhor momento para a criança seja respeitado. Mas nunca simplesmente proibir, nunca simplesmente pela idade.

    A falta de bom senso das famílias e a falta de bom senso das escolas levou a uma falta de bom senso dos legisladores... E todos perdemos com isso!

    Principalmente as crianças, aqueles que todos dizemos querer proteger...

    sexta-feira, 11 de novembro de 2011

    Sermão da Montanha (versão educador)

    Naquele tempo, Jesus subiu a um monte seguido pela multidão e, sentado sobre uma grande pedra, deixou que os seus discípulos e seguidores se aproximassem.

    Ele os preparava para serem os educadores capazes de transmitir a lição da Boa Nova a todos os homens.
    Tomando a palavra, disse-lhes:
    - Em verdade, em verdade vos digo:
    Felizes os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus.
    Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados.
    Felizes os misericordiosos, porque eles...

    Pedro o interrompeu:
    - Mestre, vamos ter que saber isso de cor?

    André perguntou:
    - É pra copiar?

    Filipe lamentou-se:
    - Esqueci meu papiro!

    Bartolomeu quis saber:
    - Vai cair na prova?

    João levantou a mão:
    - Posso ir ao banheiro?

    Judas Iscariotes resmungou:
    - O que é que a gente vai ganhar com isso?

    Judas Tadeu defendeu-se:
    - Foi o outro Judas que perguntou!

    Tomé questionou:
    - Tem uma fórmula pra provar que isso tá certo?

    Tiago Maior indagou:
    - Vai valer nota?

    Tiago Menor reclamou:
    - Não ouvi nada, com esse grandão na minha frente.

    Simão Zelote gritou, nervoso:
    - Mas porque é que não dá logo a resposta e pronto!?

    Mateus queixou-se:
    - Eu não entendi nada, ninguém entendeu nada!

    Um dos fariseus, que nunca tinha estado diante de uma multidão nem ensinado nada a ninguém, tomou a palavra e dirigiu-se a Jesus, dizendo:
    - Isso que o senhor está fazendo é uma aula?
    Onde está o seu plano de curso e a avaliação diagnóstica?
    Quais são os objetivos gerais e específicos?
    Quais são as suas estratégias para recuperação dos conhecimentos prévios?

    Caifás emendou:
    - Fez uma programação que inclua os temas transversais e atividades integradoras com outras disciplinas?

    - E os espaços para incluir os parâmetros curriculares gerais?
    Elaborou os conteúdos conceituais, processuais e atitudinais?

    Pilatos, sentado lá no fundão, disse a Jesus:
    - Quero ver as avaliações da primeira, segunda e terceira etapas e reservo-me o direito de, ao final, aumentar as notas dos seus discípulos para que se cumpram as promessas do Imperador de um ensino de qualidade.

    - Nem pensar em números e estatísticas que coloquem em dúvida a eficácia do nosso projeto. E vê lá se não vai reprovar alguém!

    E, foi nesse momento que Jesus disse:
    -Senhor, por que me abandonastes...

    quinta-feira, 6 de outubro de 2011

    Com chapeu alheio

    Especialidade dos políticos, fazer-se de bonzinho com sacrifício dos outros está se tornando regra... É uma pena.

    Agora é a ideia da meia entrada: Câmara dos Deputados aprova meia-entrada para jovens de 15 a 29 anos (O Estado de São Paulo). Ok, o projeto até diz de dotação orçamentária específica para isso. Mas...

    Meia entrada para menores, para jovens, para idosos. Haverá subsídio em impostos e taxas? Bem, ainda assim, lá na ponta, quem paga a conta somos nós! Não existe mágica!

    Assim, proponho uma alternativa: novo projeto, concedendo meia entrada também aos trabalhadores e aos desempregados. Assim todos serão contemplados, não? Vantagens:

    1) Políticos podem continuar posando de bonzinhos (deram benesses a todos)!
    2) Todos sentir-se-ão contemplados e acaba o sentimento de "esquecido".
    3) Os proprietários dos estabelecimentos poderão dobrar o valor do ingresso e cobrar meia entrada de todo mundo! Ainda recebem subsídios - portanto, também ficam satisfeitos.

    Simples não? Todos contentes, muito tempo gasto em discussões e tudo ajeitado... O único prejudicado nisso tudo: o bom senso! Mas ele já está acostumado... :-(

    sexta-feira, 12 de agosto de 2011

    Como promover a melhor comunicação entre o mundo adulto e mundo adolescente?

    Interessante perceber que num mundo onde a comunicação é cada vez mais facilitada, tem-se justamente mais dificuldades para se comunicar... Hoje tudo é on line, on time, imediato e visual. Celulares, tablets, notebooks, todos com câmera e microfone permitem um excesso de comunicação.

    Sim, excesso! Tem comunicação demais! Pode ser sufocante! Talvez desta constatação venha a primeira resposta à pergunta-título: como tudo na vida, um pouco de bom senso não faz mal a ninguém. Não comunicar é ruim, mas comunicar demais também não é positivo.
    Para continuar a resposta, teríamos que discutir qual é o mundo do adulto e qual é o mundo do adolescente — impossível neste espaço.

    É comum ver adultos que não se preocupam nem em ouvir o que acontece no mundo jovem-adolescente. Sob alegações generalistas e preconceituosas (“só querem fazer barulho”, “não respeitam ninguém”, etc.), cortam toda e qualquer comunicação.

    Outros adultos caíram na arapuca social de endeusar o novo e pretendem ser eternamente jovens — o que só os torna pseudo-adolescentes fora da idade.

    Por outro lado, adolescentes não querem mais ouvir, não têm paciência com os adultos. Nada que vier deles serve, pois eles já estão ultrapassados.

    É o choque de gerações, que sempre existiu, mas agora está muito mais acentuado. Como fazer a melhor comunicação entre eles?

    Uma das características mais importantes no mundo atual é a compreensão das diferenças culturais. Acredito que podemos incluir nessas diferenças as que existem entre as gerações. Procurar entender, dar-se tempo de ouvir o que o outro tem a dizer. Lembrar que comunicação supõe dois lados e, portanto, ouvir e falar. Compreender. Seria um ótimo começo.

    Mas não basta. É preciso compreender os papéis. O adolescente busca no adulto algumas referências, ainda que inconscientemente. Se o adulto quiser ser “bonzinho”, vai faltar quem lhe imponha regras. Por mais que o adulto esteja “ultrapassado”, o adolescente tem o que aprender com ele sim. Saber dizer sim e saber dizer não é uma dificuldade dos adultos de hoje, que atrapalham a comunicação.

    Concluo e resumo com uma “resposta final” (mas não definitiva): estar aberto ao outro é a condição essencial para haver comunicação. Vou traduzir por “boa vontade”... Com boa vontade, a comunicação será certamente melhor, não?

    ===========
    Artigo originalmente postado no portal EducarBrasil: