Não, não quis dizer que a vida do analfabeto é fácil. Aliás, é cada vez mais difícil. É cada vez mais complicado viver neste mundo sem conseguir ler - entendendo-se por leitura decifrar letras e compreender o que leu...
O que na verdade quis dizer com o título deste artigo é que hoje é muito fácil sentir-se analfabeto! Num mundo frenético, com grande volume de informação e com grande globalização, não basta saber ler para deixar de ser analfabeto... Num título "menos marqueteiro" eu diria que hoje é fácil sentir-se analfabeto.
Já temos consciência do analfabetismo digital, que atinge milhões de adultos e idosos em nosso país. Gente que se atrapalha com as máquinas que já fazem parte de nosso cotidiano em bancos, supermercados e lojas, com cartões, aparelhos celulares, aparelhos de dvd e tantas outras parafernálias eletrônicas...
Agora nos chega uma outra idéia, ainda pouco difundida: 'Unesco alerta sobre perigo de "analfabetismo" entre culturas' nos diz o portal iG. Num mundo globalizado, em que estamos nos comunicando com todo o planeta, em que negociamos em qualquer parte pelos dispositivos eletrônicos que nos acompanham diuturnamente, o bom senso e o respeito mandam cautela e estudo no relacionamento.
"Entender outras culturas é crucial para o sucesso das relações internacionais e muito importante para um futuro pacífico", afirmou Bokova (diretora geral da Unesco).
Mas parece-me que a maioria das escolas ainda não se ateve a esta novidade (nem tão nova assim). Estamos preparando nossos alunos para respeitarem as diferentes culturas? Para respeitar tudo aquilo que difere de suas próprias crenças e costumes?
As vezes acho que nem no próprio país temos esse respeito... Os preconceitos correm soltos entre estados e regiões! Mas, como a diretora da Unesco diz, "é preciso ter "flexibilidade, abertura e humildade" para tratar com os indivíduos de outras culturas"...
Ah! Acho que descobri nossa dificuldade: flexibilidade, abertura e humildade. Temos muito que trabalhar! Afinal, assim como é difícil viver neste mundo sem ler, está ficando cada vez mais difícil viver neste mundo sem repeito, compreensão, intenção de paz e de justiça, ...
Ainda acredito que conseguiremos construir um mundo melhor!
Principais notícias da Educação Brasileira com comentários e discussões que possam gerar...
sábado, 29 de maio de 2010
terça-feira, 25 de maio de 2010
Pai indeciso. Escola perdida.
Muito tem se falado da relação pai-filho-escola. Agora temos uma pesquisa para lançar um pouco de luz na questão. O portal iG publica: "Pais assumem influência sobre desempenho dos filhos".
Como o título indica, os familiares reconhecem ser a maior influência dos filhos no ensino de valores. No entanto, esquizofrenicamente, esses pais acreditam que é papel da escola ensinar valores.
Não vi os dados da pesquisa e falo por conta da matéria publicada. E neste prisma parece-me claro que os pais sabem de sua responsabilidade mas, por insegurança e por falta de tempo, relegam a tarefa para a escola. Só que a escola não recebeu a procuração!
A escola tem um currículo cada vez maior a cumprir. A escola mal consegue manter a disciplina, quando mantem. A escola culpa as dificuldades para não se responsabilizar pelo assunto...
Acho que está na hora de rever a posição. Ambos, pai e escola, têm grande responsabilidade na formação integral da criança / do adolescente.
O pai não pode deixar para a escola tarefa que lhe compete. Mas a escola deve trabalhar na formação integral do ser humano.
Logo, é essencial o resgate do diálogo família-escola. A criança é única e a linguagem deve ser única!
Senhores pais: procurem uma escola cujos valores transmitidos sejam aqueles em que vocês acreditam. Seus filhos agradecem.
Escolas: deixem claro aos pais no que acreditam, como trabalham, quais os limites. Seus alunos agradecem.
Como o título indica, os familiares reconhecem ser a maior influência dos filhos no ensino de valores. No entanto, esquizofrenicamente, esses pais acreditam que é papel da escola ensinar valores.
Não vi os dados da pesquisa e falo por conta da matéria publicada. E neste prisma parece-me claro que os pais sabem de sua responsabilidade mas, por insegurança e por falta de tempo, relegam a tarefa para a escola. Só que a escola não recebeu a procuração!
A escola tem um currículo cada vez maior a cumprir. A escola mal consegue manter a disciplina, quando mantem. A escola culpa as dificuldades para não se responsabilizar pelo assunto...
Acho que está na hora de rever a posição. Ambos, pai e escola, têm grande responsabilidade na formação integral da criança / do adolescente.
O pai não pode deixar para a escola tarefa que lhe compete. Mas a escola deve trabalhar na formação integral do ser humano.
Logo, é essencial o resgate do diálogo família-escola. A criança é única e a linguagem deve ser única!
Senhores pais: procurem uma escola cujos valores transmitidos sejam aqueles em que vocês acreditam. Seus filhos agradecem.
Escolas: deixem claro aos pais no que acreditam, como trabalham, quais os limites. Seus alunos agradecem.
sábado, 22 de maio de 2010
Não se educa por decreto!
O jornal "O Globo" publica notícia no dia 23/maio cujo título é preocupante: "MEC vai recomendar o fim da reprovação". Inicialmente uma recomendação para os três primeiros anos do fundamental, mas com expectativa de ampliar para todos os 9 anos desta fase.
Repito: é preocupante! Esclareço: não sou favorável à reprovação... Acontece que para não haver a reprovação não é necessário um decreto (aliás, a meu ver, é até prejudicial), mas um trabalho sério de acompanhamento dos alunos para que a recuperação aconteça ao longo do ano do percurso.
Ainda está fresca na memória de muitos a experiência que alguns tiveram de ciclos de aprendizagem, em que alunos de escolas públicas seguiam sem repetência ao longo dos ciclos. E chegamos a alunos que não sabiam ler ou fazer contas simples no 5º ano. O decreto mandava não repetir, mas se, mesmo sem decreto, houvesse um trabalho sério com os alunos que encontrassem dificuldade o problema estaria resolvido.
Não é assim, por decreto, que a educação melhorará. Será somente por muito trabalho e dedicação. Vamos começar? E então poderemos assumir a bandeira: abaixo a repetência escolar!
Repito: é preocupante! Esclareço: não sou favorável à reprovação... Acontece que para não haver a reprovação não é necessário um decreto (aliás, a meu ver, é até prejudicial), mas um trabalho sério de acompanhamento dos alunos para que a recuperação aconteça ao longo do ano do percurso.
Ainda está fresca na memória de muitos a experiência que alguns tiveram de ciclos de aprendizagem, em que alunos de escolas públicas seguiam sem repetência ao longo dos ciclos. E chegamos a alunos que não sabiam ler ou fazer contas simples no 5º ano. O decreto mandava não repetir, mas se, mesmo sem decreto, houvesse um trabalho sério com os alunos que encontrassem dificuldade o problema estaria resolvido.
Não é assim, por decreto, que a educação melhorará. Será somente por muito trabalho e dedicação. Vamos começar? E então poderemos assumir a bandeira: abaixo a repetência escolar!
quinta-feira, 6 de maio de 2010
Afinal, o que afeta a qualidade da educação?
No dia 5/mai/2010 o portal iG publica matéria cujo título diz que "CNE aprova resolução que cria o CAQi". A sigla significa "Custo Aluno-Qualidade inicial" e trata-se de um projeto que pretende levar qualidade à educação pública do Brasil. Detalhes da proposta estão no arquivo CAQi.pdf.
No dia seguinte, o portal Aprendiz fala de um estudo sobre resultados dos municípios nas avaliações, cujo título é "Desigualdade de renda não afeta qualidade da educação". Quem faz "leitura dinâmica" e lê só o título pode chegar a uma conclusão incorreta...
O estudo conclui que as diferentes áreas dos municípios têm resultados semelhantes. Regiões mas abastadas dos municípios não têm avaliações muito superiores às das regiões mais pobres de um mesmo município. Logo, outras condições influem significativamente no resultado.
Afinal, o que afeta a qualidade da educação? Com certeza trata-se de uma soma de fatores combinados...
O corpo discente certamente influi no resultado. Condições econômicas sim, mas acima de tudo condições culturais das famílias, incentivo à leitura, etc etc etc. O papel da família é muito importante.
O corpo doscente também influi. Mal preparado, mal pago, sofrendo violência, tem dificuldade em ensinar, em avaliar e ser avaliado.
O envolvimento da comunidade contribui para a qualidade da educação - mas pouco é envolvida no processo.
As políticas educacionais podem contribuir bastante. A falta de rumo (cada governo equivale a um novo começo), as políticas equivocadas (as vezes nem tanto na concepção mas na sua execução).
Trazer qualidade para a escola pública é louvável. Mas acredito que além de quantias financeiras, falamos de um conjunto de medidas importantes e necessárias. Dentre elas, a principal, na minha opinião: uma política construída coletivamente e que seja levada por qualquer governante de plantão.
No dia seguinte, o portal Aprendiz fala de um estudo sobre resultados dos municípios nas avaliações, cujo título é "Desigualdade de renda não afeta qualidade da educação". Quem faz "leitura dinâmica" e lê só o título pode chegar a uma conclusão incorreta...
O estudo conclui que as diferentes áreas dos municípios têm resultados semelhantes. Regiões mas abastadas dos municípios não têm avaliações muito superiores às das regiões mais pobres de um mesmo município. Logo, outras condições influem significativamente no resultado.
Afinal, o que afeta a qualidade da educação? Com certeza trata-se de uma soma de fatores combinados...
O corpo discente certamente influi no resultado. Condições econômicas sim, mas acima de tudo condições culturais das famílias, incentivo à leitura, etc etc etc. O papel da família é muito importante.
O corpo doscente também influi. Mal preparado, mal pago, sofrendo violência, tem dificuldade em ensinar, em avaliar e ser avaliado.
O envolvimento da comunidade contribui para a qualidade da educação - mas pouco é envolvida no processo.
As políticas educacionais podem contribuir bastante. A falta de rumo (cada governo equivale a um novo começo), as políticas equivocadas (as vezes nem tanto na concepção mas na sua execução).
Trazer qualidade para a escola pública é louvável. Mas acredito que além de quantias financeiras, falamos de um conjunto de medidas importantes e necessárias. Dentre elas, a principal, na minha opinião: uma política construída coletivamente e que seja levada por qualquer governante de plantão.
sábado, 1 de maio de 2010
Educação e TICs
Notícia no iG dá como subtítulo: "Países estão à frente do Brasil quando o assunto é Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) na Educação". e não estava falando de países europeus, mas do Chile e do Uruguai.
Ainda temos muito que aprender quando falamos de Educação. Diz a matéria: "Enquanto o País ainda não definiu uma política integrada de validação e aplicação de padrões de práticas pedagógicas envolvendo tecnologia, os chilenos já criaram um método que avalia o impacto do uso dessas tecnologias pelo programa Enlaces e os uruguaios implementaram o Plano Ceibal, que distribuiu computador a quase 100% dos estudantes e professores do primário (ensino fundamental) de escolas públicas."
Ainda estamos iniciando o projeto UCA (Um Computador por Aluno, ou OLPC em inglês). Até se entende, pelas dimensões de nosso país. Mas precisaríamos ser mais ágeis na definição política e menos volúveis na sua aplicação. Ou estaremos sempre correndo para tirar o atraso.
Em Alice no país dos espelhos,Lewis Carrol diz que "É preciso correr muito para ficar no mesmo lugar. Se você quer chegar a outro lugar, corra duas vezes mais." Vamos correr mais?
Ainda temos muito que aprender quando falamos de Educação. Diz a matéria: "Enquanto o País ainda não definiu uma política integrada de validação e aplicação de padrões de práticas pedagógicas envolvendo tecnologia, os chilenos já criaram um método que avalia o impacto do uso dessas tecnologias pelo programa Enlaces e os uruguaios implementaram o Plano Ceibal, que distribuiu computador a quase 100% dos estudantes e professores do primário (ensino fundamental) de escolas públicas."
Ainda estamos iniciando o projeto UCA (Um Computador por Aluno, ou OLPC em inglês). Até se entende, pelas dimensões de nosso país. Mas precisaríamos ser mais ágeis na definição política e menos volúveis na sua aplicação. Ou estaremos sempre correndo para tirar o atraso.
Em Alice no país dos espelhos,Lewis Carrol diz que "É preciso correr muito para ficar no mesmo lugar. Se você quer chegar a outro lugar, corra duas vezes mais." Vamos correr mais?
Até que ponto o problema é dinheiro?
Atualizado 02/mai, 12:20
Notícia recente no portal Envolverde tinha como título: "Educação básica pública brasileira precisa de mais R$ 29 bilhões, diz campanha". Quem sou eu para contestar?! Mas, embora concorde com a idéia de que é preciso mais dinheiro para a educação, acho que seria mais produtivo se. antes de aumentar o bolo, pudéssemos ver uma boa aplicação do que já está disponível!
A própria matéria vai além: "“O valor representa cerca de 1% do PIB [Produto Interno Bruto] do país. Não é um esforço impossível da União. Cada vez mais ela é capaz de cumprir o CAQi”, afirmou o coordenador geral da Campanha Nacional pela Educação, Daniel Cara, durante debate realizado na última quarta-feira (28/4) em São Paulo (SP). “O MEC [Ministério da Educação] divulgou que tem aumentado o recurso. Mas a participação da União na Educação Básica ainda não é substancial”. "
Sim! Um dos problemas está na desigual distribuição entre os segmentos! O governo gasta com ensino superior acima da média dos países - inclusive de primeiro mundo. E gasta bem abaixo da média na educação básica.
No dia 02/mai/2010 matéria do iG diz que "Recursos não garantem bom ensino, aponta estudo". Confirma o que todos sabem... "Segundo o ministro da Educação, Fernando Haddad, dinheiro explica apenas 50% dos resultados de desempenho de uma escola, cidade ou Estado. O restante depende de boa gestão, projetos pedagógicos consistentes e envolvimento."
Resumindo: gasto é mal distribuído e mal usado. E o investimento deve priorizar gestão e projetos pedagógicos - incluindo muito treinamento para o professor!
Notícia recente no portal Envolverde tinha como título: "Educação básica pública brasileira precisa de mais R$ 29 bilhões, diz campanha". Quem sou eu para contestar?! Mas, embora concorde com a idéia de que é preciso mais dinheiro para a educação, acho que seria mais produtivo se. antes de aumentar o bolo, pudéssemos ver uma boa aplicação do que já está disponível!
A própria matéria vai além: "“O valor representa cerca de 1% do PIB [Produto Interno Bruto] do país. Não é um esforço impossível da União. Cada vez mais ela é capaz de cumprir o CAQi”, afirmou o coordenador geral da Campanha Nacional pela Educação, Daniel Cara, durante debate realizado na última quarta-feira (28/4) em São Paulo (SP). “O MEC [Ministério da Educação] divulgou que tem aumentado o recurso. Mas a participação da União na Educação Básica ainda não é substancial”. "
Sim! Um dos problemas está na desigual distribuição entre os segmentos! O governo gasta com ensino superior acima da média dos países - inclusive de primeiro mundo. E gasta bem abaixo da média na educação básica.
No dia 02/mai/2010 matéria do iG diz que "Recursos não garantem bom ensino, aponta estudo". Confirma o que todos sabem... "Segundo o ministro da Educação, Fernando Haddad, dinheiro explica apenas 50% dos resultados de desempenho de uma escola, cidade ou Estado. O restante depende de boa gestão, projetos pedagógicos consistentes e envolvimento."
Resumindo: gasto é mal distribuído e mal usado. E o investimento deve priorizar gestão e projetos pedagógicos - incluindo muito treinamento para o professor!
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