No dia 5/mai/2010 o portal iG publica matéria cujo título diz que "CNE aprova resolução que cria o CAQi". A sigla significa "Custo Aluno-Qualidade inicial" e trata-se de um projeto que pretende levar qualidade à educação pública do Brasil. Detalhes da proposta estão no arquivo CAQi.pdf.
No dia seguinte, o portal Aprendiz fala de um estudo sobre resultados dos municípios nas avaliações, cujo título é "Desigualdade de renda não afeta qualidade da educação". Quem faz "leitura dinâmica" e lê só o título pode chegar a uma conclusão incorreta...
O estudo conclui que as diferentes áreas dos municípios têm resultados semelhantes. Regiões mas abastadas dos municípios não têm avaliações muito superiores às das regiões mais pobres de um mesmo município. Logo, outras condições influem significativamente no resultado.
Afinal, o que afeta a qualidade da educação? Com certeza trata-se de uma soma de fatores combinados...
O corpo discente certamente influi no resultado. Condições econômicas sim, mas acima de tudo condições culturais das famílias, incentivo à leitura, etc etc etc. O papel da família é muito importante.
O corpo doscente também influi. Mal preparado, mal pago, sofrendo violência, tem dificuldade em ensinar, em avaliar e ser avaliado.
O envolvimento da comunidade contribui para a qualidade da educação - mas pouco é envolvida no processo.
As políticas educacionais podem contribuir bastante. A falta de rumo (cada governo equivale a um novo começo), as políticas equivocadas (as vezes nem tanto na concepção mas na sua execução).
Trazer qualidade para a escola pública é louvável. Mas acredito que além de quantias financeiras, falamos de um conjunto de medidas importantes e necessárias. Dentre elas, a principal, na minha opinião: uma política construída coletivamente e que seja levada por qualquer governante de plantão.