Notícia da Folha Online, interessante!
FÁBIO TAKAHASHI
da Folha de S.Paulo
Na tentativa de diminuir o peso do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) como indicador de qualidade, colégios particulares de São Paulo decidiram criar avaliação própria. Por meio do Datafolha, entrevistaram 1.500 ex-estudantes, para apurar itens como salário atual dos egressos e autoavaliação em relação ao poder de negociação.
Participaram da pesquisa, que será anual, 11 escolas (entre eles Bandeirantes, Vera Cruz, Oswald de Andrade, Gracinha e Lourenço Castanho). A posição delas no último Enem varia de 2º a 140º, num universo de 423 colégios privados paulistanos.
As escolas dizem que os dados, inéditos no país, serão usados para corrigir seus pontos fracos e para apresentar melhor a instituição aos pais, tanto aos que já têm filhos estudando no colégio quanto aos interessados em uma vaga.
Os resultados estão em fase final de tabulação, mas já está claro que os ex-alunos (são considerados no levantamento somente aqueles se formaram nas escolas) se autoavaliam mais positivamente nos itens ética, comprometimento e postura; as notas mais baixas são para negociação, raciocínio numérico e responsabilidade social. As escolas, cuja média de mensalidade é de R$ 1.650, foram bem avaliadas (nota 8,7).
Dos ex-estudantes, 73% se graduaram em uma universidade privada -- PUC é a preferida. Os cursos universitários mais procurados pelos egressos foram administração, direito e engenharia.
Avaliação ampla
"Hoje o pai só sabe a mensalidade e a nota no Enem. Se o aluno daquela escola não sabe trabalhar em grupo ou negociar, o exame não mostra", afirma Eugênio Machado Cordaro, diretor do Oswald de Andrade e um dos coordenadores da pesquisa (delineada pelo Instituto Eduqual).
Cada colégio receberá relatório individual, com os resultados de seus egressos. A ideia é expandir a pesquisa para outras escolas nos próximos anos.
"Não sejamos ingênuos. Há uma grande disputa por alunos, e esses colégios cobram caro. As informações serão usadas para convencer pais", afirma a professora Angela Soligo, da Faculdade de Educação da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
"Tomara que [as informações] sejam usadas também para melhorar o ensino. O pai deve estar atento ao que será mostrado", completa a pesquisadora.
Sedentarismo
Um dos pontos que mais preocuparam as escolas foi o sedentarismo: aproximadamente 35% dos ex-estudantes disseram que não praticam exercícios regularmente.
"Teremos de repensar como abordamos o físico, a alimentação saudável. Temos focado mais as atividades intelectuais, que são importantes, mas isso não é tudo", diz Cordaro, coordenador do levantamento.
"A aula de educação física é descolada da aula de ciências. Isso precisa mudar", afirma Sylvia Figueiredo Gouvêa, diretora do Lourenço Castanho e assessora da pesquisa.
Principais notícias da Educação Brasileira com comentários e discussões que possam gerar...
quarta-feira, 31 de março de 2010
terça-feira, 30 de março de 2010
Afinal, informática ajuda ou atrapalha o ensino?
É uma questão antiga – ao menos na linha de tempo da tecnologia, em que tudo acontece rapidamente. Desde que computadores se tornaram acessíveis a boa parte de nossos alunos que existe a discussão.
Alguns afirmam que atrapalha o rendimento escolar. Pesquisas nos EUA comprovam. Na Inglaterra há quem advogue o fim da “parafernália eletrônica” em sala de aula. A Unicamp divulgou pesquisa em 2008 com as mesmas conclusões.
Será verdade? Informática atrapalha o aprendizado? Então temos que rever vários conceitos? Como fica o OLPC (One laptop per child), por exemplo? Vemos do outro lado vários educadores que apontam as vantagens do uso da tecnologia na escola.
Afinal, informática ajuda ou atrapalha o ensino? Vejamos alguns aspectos.
O professor em sala
Na sala de aula, vários recursos são utilizados há tempos. Microscópios, mapas e até mesmo o “bom e velho” quadro negro e giz – que na modernidade transformou-se em quadro branco e caneta especial. São recursos importantes, mas são apenas instrumentos. Podem ser bem ou mal utilizados. Depende do professor!
Um bom professor, um professor preparado, terá condições de oferecer uma excelente aula ainda que só tenha a sua disposição sucata... Pode ser uma aula embaixo de uma árvore.
Se um mapa não surte o efeito desejado em aula, cabe ao professor rever sua estratégia ou mesmo procurar outros recursos. Assim também com a tecnologia da informação (TI), com a informática. O professor é a chave de uma boa educação. O recurso mais importante da escola é o humano!
O professor e a tecnologia
Acontece que hoje muitos adultos ainda têm dificuldade em utilizar os novos equipamentos – e o professor em muitos casos segue esta regra. O instrumento que pode ser muito poderoso mostra-se mal utilizado, por falta de intimidade do professor com a ferramenta. Neste sentido, a escola também tem sua grande parcela de responsabilidade. Antes de montar o laboratório de informática é preciso saber o que se quer com a informática...
Se o cerne da boa educação está no elemento humano, deve-se investir em sua capacitação, tanto quanto na compra das máquinas e programas.
O aluno e a tecnologia
No entanto, a criança de hoje – nosso aluno – já nasce imerso no mundo da tecnologia. Manipular celulares, ipods, notebooks e outros aparelhos é algo simples e parte do cotidiano.
Desta forma, o uso da tecnologia em sala de aula torna-se importante para atrair o aluno, para fazê-lo aprender a partir de sua realidade. Mas... simplesmente "ter o computador"? Fará com que os alunos se divirtam muito com blogs, fotologs, "orkut"s e "msn"s da vida... E ao invés de ajudar nos estudos, atrapalhará os estudos.
Uma possível conclusão
O título deste artigo é uma pergunta. Você, caro leitor, já tem a sua resposta? A minha é simples. A informática, em si, nem ajuda nem atrapalha. Como o livro didático, em si, não ajuda nem atrapalha. Mas o uso que se fará desta ferramenta pode ajudar ou atrapalhar.
Falamos que um recurso importante, com grande potencialidade! Na Era de Informação não é possível desprezar a capacidade de aprendizagem através da internet.
Moacir Gadotti, professor da Faculdade de Educação da USP, tem uma imagem que gosto muito de usar: “Na sociedade da informação, a escola deve servir de bússola para navegar nesse mar do conhecimento”. A tecnologia da informação está aí. As máquinas vieram para modificar nosso cotidiano. Cabe à escola e ao professor orientar o aluno para que ele saiba navegar no mundo que está ao alcance de suas mãos. E para isso o papel da informática é essencial. Mas continua sendo apenas um instrumento...
Não acha?
Alguns afirmam que atrapalha o rendimento escolar. Pesquisas nos EUA comprovam. Na Inglaterra há quem advogue o fim da “parafernália eletrônica” em sala de aula. A Unicamp divulgou pesquisa em 2008 com as mesmas conclusões.
Será verdade? Informática atrapalha o aprendizado? Então temos que rever vários conceitos? Como fica o OLPC (One laptop per child), por exemplo? Vemos do outro lado vários educadores que apontam as vantagens do uso da tecnologia na escola.
Afinal, informática ajuda ou atrapalha o ensino? Vejamos alguns aspectos.
O professor em sala
Na sala de aula, vários recursos são utilizados há tempos. Microscópios, mapas e até mesmo o “bom e velho” quadro negro e giz – que na modernidade transformou-se em quadro branco e caneta especial. São recursos importantes, mas são apenas instrumentos. Podem ser bem ou mal utilizados. Depende do professor!
Um bom professor, um professor preparado, terá condições de oferecer uma excelente aula ainda que só tenha a sua disposição sucata... Pode ser uma aula embaixo de uma árvore.
Se um mapa não surte o efeito desejado em aula, cabe ao professor rever sua estratégia ou mesmo procurar outros recursos. Assim também com a tecnologia da informação (TI), com a informática. O professor é a chave de uma boa educação. O recurso mais importante da escola é o humano!
O professor e a tecnologia
Acontece que hoje muitos adultos ainda têm dificuldade em utilizar os novos equipamentos – e o professor em muitos casos segue esta regra. O instrumento que pode ser muito poderoso mostra-se mal utilizado, por falta de intimidade do professor com a ferramenta. Neste sentido, a escola também tem sua grande parcela de responsabilidade. Antes de montar o laboratório de informática é preciso saber o que se quer com a informática...
Se o cerne da boa educação está no elemento humano, deve-se investir em sua capacitação, tanto quanto na compra das máquinas e programas.
O aluno e a tecnologia
No entanto, a criança de hoje – nosso aluno – já nasce imerso no mundo da tecnologia. Manipular celulares, ipods, notebooks e outros aparelhos é algo simples e parte do cotidiano.
Desta forma, o uso da tecnologia em sala de aula torna-se importante para atrair o aluno, para fazê-lo aprender a partir de sua realidade. Mas... simplesmente "ter o computador"? Fará com que os alunos se divirtam muito com blogs, fotologs, "orkut"s e "msn"s da vida... E ao invés de ajudar nos estudos, atrapalhará os estudos.
Uma possível conclusão
O título deste artigo é uma pergunta. Você, caro leitor, já tem a sua resposta? A minha é simples. A informática, em si, nem ajuda nem atrapalha. Como o livro didático, em si, não ajuda nem atrapalha. Mas o uso que se fará desta ferramenta pode ajudar ou atrapalhar.
Falamos que um recurso importante, com grande potencialidade! Na Era de Informação não é possível desprezar a capacidade de aprendizagem através da internet.
Moacir Gadotti, professor da Faculdade de Educação da USP, tem uma imagem que gosto muito de usar: “Na sociedade da informação, a escola deve servir de bússola para navegar nesse mar do conhecimento”. A tecnologia da informação está aí. As máquinas vieram para modificar nosso cotidiano. Cabe à escola e ao professor orientar o aluno para que ele saiba navegar no mundo que está ao alcance de suas mãos. E para isso o papel da informática é essencial. Mas continua sendo apenas um instrumento...
Não acha?
segunda-feira, 29 de março de 2010
A necessária escola privada
Nos últimos dias tivemos uma série de notícias envolvendo a escola privada. Vale a pena tentarmos analisá-las em conjunto.
No portal "Folha Online" a manchete anunciava que "Educação exige presença do setor privado". Especialistas de 120 países, reunidos em Doha (Qatar) chegaram a esta conclusão. Afirma-se que somente os Governos não conseguirão dar conta de garantir o direito à Educação. Tema polêmico, mas "mesmo gestores que sempre defenderam o financiamento estatal como modelo único para a universalização da educação, caso do ex-chanceler alemão Gerhard Schröder, começam a jogar a toalha." Há, sim, um importante papel da educação privada - mesmo sendo secundário, alternativo, complementar.
Outra notícia (agora no portal Terra, falando do Censo do Ensino Superior, lembra "Brasil: 75% dos estudantes estão em universidades privadas". O ensino superior é, de fato, surpreendente no país. O governo federal se vangloria de aumentar a quantidade de jovens com ensino superior. Mas o próprio MEC reconhece que não conseguirá atingir a meta de 30% dos jovens até 2011. E o que consegue, é graças a grande ajuda no setor privado.
E o Estadão nos conta que em São Paulo, "Professor de escola pública ganha 11% mais que o da rede particular". Como isso é possível? Acontece que falar de rede privada, também na educação básica, é falar de um sem número de escolas das mais diversas situações e nem sempre com qualidade.
Qual a relação entre estas notícias? Para mim, a base inicial da conversa está em afirmar que e rede privada de ensino é necessária e importante para a educação do país! Não é possível imaginar (como querem alguns radicais) que somente a escola pública exista. O que não significa fazer da escola privada um curativo para os males que a escola pública não consegue resolver.
Hoje, muitas das escolas particulares existentes cobrem uma lacuna deixada pela escola pública. Várias escolas só existem por haver um público ávido na educação que o governo não consegue oferecer, mas escolas sem nenhum referencial de qualidade. No caso de educação infantil, temos até o termo pejorativo de "depósito de crianças" para alguns estabelecimentos. Desta forma, dizer que o salário da rede municipal é maior não causa tanto susto. O Estadão lembra que escolas bem classificadas ou reconhecidas pagam muito acima do que o município pode pagar. Falar em média, neste caso, é usar as "escolas-tampão" para rebaixar a categoria de escola privada.
Sim, a escola privada é necessária. Mas é igualmente necessário haver escola pública que atenda a todos e tenha qualidade! Desta forma, a escola privada é opção por algum tipo de serviço diferenciado, mas não por ter qualidade - condição que deveria ser essencial para existência de qualquer serviço - incluisve público!
Muito ainda se poderia dizer ao comentarmos o ensino superior. O governo gasta muito neste setor, mas ainda depende muito da iniciativa privada. Nos últimos anos contando com a ajuda do Estado, através de Prouni e outras facilidades - o que não garantiu qualidade ainda... A quantidade de vagas ociosas mostra que o mercado está saturado. Mas o próprio mercado parece estar caminhando para soluções: fusões e aquisições tendem a dar sobrevida àqueles que mostrarem alguma competência. Como deve ser na educação brasiliera...
No portal "Folha Online" a manchete anunciava que "Educação exige presença do setor privado". Especialistas de 120 países, reunidos em Doha (Qatar) chegaram a esta conclusão. Afirma-se que somente os Governos não conseguirão dar conta de garantir o direito à Educação. Tema polêmico, mas "mesmo gestores que sempre defenderam o financiamento estatal como modelo único para a universalização da educação, caso do ex-chanceler alemão Gerhard Schröder, começam a jogar a toalha." Há, sim, um importante papel da educação privada - mesmo sendo secundário, alternativo, complementar.
Outra notícia (agora no portal Terra, falando do Censo do Ensino Superior, lembra "Brasil: 75% dos estudantes estão em universidades privadas". O ensino superior é, de fato, surpreendente no país. O governo federal se vangloria de aumentar a quantidade de jovens com ensino superior. Mas o próprio MEC reconhece que não conseguirá atingir a meta de 30% dos jovens até 2011. E o que consegue, é graças a grande ajuda no setor privado.
E o Estadão nos conta que em São Paulo, "Professor de escola pública ganha 11% mais que o da rede particular". Como isso é possível? Acontece que falar de rede privada, também na educação básica, é falar de um sem número de escolas das mais diversas situações e nem sempre com qualidade.
Qual a relação entre estas notícias? Para mim, a base inicial da conversa está em afirmar que e rede privada de ensino é necessária e importante para a educação do país! Não é possível imaginar (como querem alguns radicais) que somente a escola pública exista. O que não significa fazer da escola privada um curativo para os males que a escola pública não consegue resolver.
Hoje, muitas das escolas particulares existentes cobrem uma lacuna deixada pela escola pública. Várias escolas só existem por haver um público ávido na educação que o governo não consegue oferecer, mas escolas sem nenhum referencial de qualidade. No caso de educação infantil, temos até o termo pejorativo de "depósito de crianças" para alguns estabelecimentos. Desta forma, dizer que o salário da rede municipal é maior não causa tanto susto. O Estadão lembra que escolas bem classificadas ou reconhecidas pagam muito acima do que o município pode pagar. Falar em média, neste caso, é usar as "escolas-tampão" para rebaixar a categoria de escola privada.
Sim, a escola privada é necessária. Mas é igualmente necessário haver escola pública que atenda a todos e tenha qualidade! Desta forma, a escola privada é opção por algum tipo de serviço diferenciado, mas não por ter qualidade - condição que deveria ser essencial para existência de qualquer serviço - incluisve público!
Muito ainda se poderia dizer ao comentarmos o ensino superior. O governo gasta muito neste setor, mas ainda depende muito da iniciativa privada. Nos últimos anos contando com a ajuda do Estado, através de Prouni e outras facilidades - o que não garantiu qualidade ainda... A quantidade de vagas ociosas mostra que o mercado está saturado. Mas o próprio mercado parece estar caminhando para soluções: fusões e aquisições tendem a dar sobrevida àqueles que mostrarem alguma competência. Como deve ser na educação brasiliera...
sexta-feira, 26 de março de 2010
A (falta de) ética na escola
Notícia de "O Estado de São Paulo" do dia 02 de novembro destaca: Quem cola mente mais, diz estudo. Fala que uma pesquisa mostra que atitudes na escola refletem as da vida adulta. Será que precisávamos mesmo de uma pesquisa para saber isso?
"Uma vez mentiroso, sempre mentiroso", costumam dizer os pais. Um estudo nacional feito nos Estados Unidos garante que existe verdade nisso. Os resultados mostram que pessoas que colaram em exames no ensino médio são consideravelmente mais propensas a serem desonestas na vida adulta, segundo um relatório divulgado pelo Josephson Institute of Ethics, em Los Angeles.
Como podemos encarar o recente caso da "universitária de vestido curto" da Uniban? Pior de tudo: o tema é antigo e se repete constantemente. Há alguns anos escrevi um artigo (nem lembro para qual revista ou jornal) chamado "O exemplo que vem de cima". Vale a pena repetí-lo aqui...
Hoje, quase todas as notícias veiculadas nos remetem a um único assunto: a crise de valores, a ausência de ética, a desonestidade deslavada e generalizada. Termos como “mensalão” já se tornaram cotidianos, e a indignação inicial, aos poucos, transforma-se em resignação.
Dólares na cueca? Motivo de riso. Caixa 2? Todo mundo tem. Compra de voto? Sempre foi assim. Pirataria? O original é caro. Sonegar impostos? Forma de sobrevivência. Pagar propina? Só assim acontece. E por aí vai... Respostas simples, simplistas e cínicas acabam por nos fazer acreditar que tem que ser assim.
Está nos faltando indignação! Não aquela emocional, de momento, que temos ao tomar conhecimento do fato. Falta-nos manter o inconformismo o quanto for necessário, até que as mudanças aconteçam.
Como está, o que esperar do futuro de nosso país? Crianças que aprendem a conviver com esses temas como algo normal serão melhores governantes?
A Escola tem um papel primordial nesta questão. A Escola deve ser a primeira a mostrar sua indignação, a primeira a solicitar uma mudança de postura da socidade como um todo. Mais ainda se falamos de uma Escola Católica!
E não basta a revolta manifesta com tudo que se apresenta nos noticiários. É preciso dar o exemplo, já que ele não vem de cima.
Não podemos praticar ou deixar que pratiquem pirataria – seja programas de computador que permitimos em nossos laboratórios, seja a reprografia de livros que não vemos acontecer em nossas dependências.
Não podemos deixar de fazer o justo por que a concorrência também não pratica. Não podemos aceitar propostas indecorosas de fiscais, quaisquer que sejam, para “facilitar nossa vida”. Em resumo, não podemos fazer como todos fazem!
Também é necessário ampliarmos cada vez mais a educação para a ética, para a honestidade, para a cidadania, para os valores. E nesta perspectiva, a intolerância para temas banais como a “cola” deve ser retomada e repisada à exaustão.
Afinal, se hoje rimos quando os alunos nos dizem que “quem não cola não sai da escola”, provavelmente, apesar de todos os nossos esforços, todos estaremos rindo quando estes mesmos alunos estiverem com dólares na cueca...
Retomo e concluo. Sim, precisamos mostrar nossa indignação com essa crise política que se apresenta há alguns meses. Mas não basta falar do exemplo que não vem de cima: devemos dar nosso exemplo de que é possível uma sociedade mais ética, mais justa, mais honesta.
“Mas, como és morno, nem frio nem quente, vou vomitar-te” (Ap 3, 16). Não existe meio termo! Ou se é honesto, ou se é desonesto. Com tudo que se apresenta nos jornais, este parece ser o grande desafio da educação moderna brasileira.
"Uma vez mentiroso, sempre mentiroso", costumam dizer os pais. Um estudo nacional feito nos Estados Unidos garante que existe verdade nisso. Os resultados mostram que pessoas que colaram em exames no ensino médio são consideravelmente mais propensas a serem desonestas na vida adulta, segundo um relatório divulgado pelo Josephson Institute of Ethics, em Los Angeles.
Como podemos encarar o recente caso da "universitária de vestido curto" da Uniban? Pior de tudo: o tema é antigo e se repete constantemente. Há alguns anos escrevi um artigo (nem lembro para qual revista ou jornal) chamado "O exemplo que vem de cima". Vale a pena repetí-lo aqui...
Hoje, quase todas as notícias veiculadas nos remetem a um único assunto: a crise de valores, a ausência de ética, a desonestidade deslavada e generalizada. Termos como “mensalão” já se tornaram cotidianos, e a indignação inicial, aos poucos, transforma-se em resignação.
Dólares na cueca? Motivo de riso. Caixa 2? Todo mundo tem. Compra de voto? Sempre foi assim. Pirataria? O original é caro. Sonegar impostos? Forma de sobrevivência. Pagar propina? Só assim acontece. E por aí vai... Respostas simples, simplistas e cínicas acabam por nos fazer acreditar que tem que ser assim.
Está nos faltando indignação! Não aquela emocional, de momento, que temos ao tomar conhecimento do fato. Falta-nos manter o inconformismo o quanto for necessário, até que as mudanças aconteçam.
Como está, o que esperar do futuro de nosso país? Crianças que aprendem a conviver com esses temas como algo normal serão melhores governantes?
A Escola tem um papel primordial nesta questão. A Escola deve ser a primeira a mostrar sua indignação, a primeira a solicitar uma mudança de postura da socidade como um todo. Mais ainda se falamos de uma Escola Católica!
E não basta a revolta manifesta com tudo que se apresenta nos noticiários. É preciso dar o exemplo, já que ele não vem de cima.
Não podemos praticar ou deixar que pratiquem pirataria – seja programas de computador que permitimos em nossos laboratórios, seja a reprografia de livros que não vemos acontecer em nossas dependências.
Não podemos deixar de fazer o justo por que a concorrência também não pratica. Não podemos aceitar propostas indecorosas de fiscais, quaisquer que sejam, para “facilitar nossa vida”. Em resumo, não podemos fazer como todos fazem!
Também é necessário ampliarmos cada vez mais a educação para a ética, para a honestidade, para a cidadania, para os valores. E nesta perspectiva, a intolerância para temas banais como a “cola” deve ser retomada e repisada à exaustão.
Afinal, se hoje rimos quando os alunos nos dizem que “quem não cola não sai da escola”, provavelmente, apesar de todos os nossos esforços, todos estaremos rindo quando estes mesmos alunos estiverem com dólares na cueca...
Retomo e concluo. Sim, precisamos mostrar nossa indignação com essa crise política que se apresenta há alguns meses. Mas não basta falar do exemplo que não vem de cima: devemos dar nosso exemplo de que é possível uma sociedade mais ética, mais justa, mais honesta.
“Mas, como és morno, nem frio nem quente, vou vomitar-te” (Ap 3, 16). Não existe meio termo! Ou se é honesto, ou se é desonesto. Com tudo que se apresenta nos jornais, este parece ser o grande desafio da educação moderna brasileira.
quinta-feira, 25 de março de 2010
Quem quer ser professor? A falência da Educação Brasileira!
Eis uma pergunta que tem sido feita com frequência nos últimos tempos: quem quer ser professor? E as respostas nunca são muito animadoras...
A falta de professores é alarmante, ainda que o MEC esteja em meio a uma campanha para que cada vez mais pessoas se interessem pela profissão. Ainda que o MEC providencie cursos para formar os atuais profissionais. Mesmo assim, a Educação básica não atrai interesse dos professores, afirma o portal CNTE em matéria do dia 20/set.
O professor atual está doente, como aponta notícia do Jornal do Brasil de 21/set, publicada no portal CNTE. "(...) Sem este intervalo para descanso (férias unificadas) e com o agravamento por outros problemas, como salas de aula superlotadas e a trabalho em áreas consideradas de risco, os educadores cariocas estão ficando doentes, com problemas de voz, estresse, depressão e outros malefícios, cada vez mais comuns atualmente." Só confirma matéira publicada dia 15/set: Professores estão ficando doentes com mais frequência. Ou o Correio Braziliense de 14/set que afirma: "Emocional afasta professores"
O professor que ainda briga para instituir um piso nacional - que já é lei mas que aida não é realidade. Professor que tem uma formação deficiente, causando um círculo vicioso como mostra a notícia "Saída do círculo vicioso está no ensino fundamental" do Estado de São Paulo de 05/set publicada no portal CNTE.
Precisa lembrar da violência? Professores apanhando em vários estados tornam-se notícia frequente. Com tudo isso, o portal CGC Educação publica no dia 23/set que o "MEC traça o perfil de quem quer ser professor no Brasil". Continua a matéria: "Uma das variáveis mais importantes para melhorar a qualidade da educação no Brasil – atrair os alunos mais talentosos para a carreira docente – está longe de ser realidade no Brasil. Pelo menos é o que revela um estudo do Ministério da Educação com base nos dados do Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem, sobre o perfil do brasileiro que pretender ser professor: mulher, estudante de escola pública, renda familiar de até dois salários mínimos, tem mãe que nunca estudou e tirou nota abaixo de 20 no Enem (na escala de 0 a 100)."
Tinha como ser diferente? Pena saber que "um relatório da consultoria McKinsey e Company, de 2007, indica que todos os dez países com as melhores notas no Programme for International Student Assessment (Pisa) da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) selecionam os professores dentre os 30% melhores graduados.´"
É... Estamos muito longe de uma educação de qualidade...
A falta de professores é alarmante, ainda que o MEC esteja em meio a uma campanha para que cada vez mais pessoas se interessem pela profissão. Ainda que o MEC providencie cursos para formar os atuais profissionais. Mesmo assim, a Educação básica não atrai interesse dos professores, afirma o portal CNTE em matéria do dia 20/set.
O professor atual está doente, como aponta notícia do Jornal do Brasil de 21/set, publicada no portal CNTE. "(...) Sem este intervalo para descanso (férias unificadas) e com o agravamento por outros problemas, como salas de aula superlotadas e a trabalho em áreas consideradas de risco, os educadores cariocas estão ficando doentes, com problemas de voz, estresse, depressão e outros malefícios, cada vez mais comuns atualmente." Só confirma matéira publicada dia 15/set: Professores estão ficando doentes com mais frequência. Ou o Correio Braziliense de 14/set que afirma: "Emocional afasta professores"
O professor que ainda briga para instituir um piso nacional - que já é lei mas que aida não é realidade. Professor que tem uma formação deficiente, causando um círculo vicioso como mostra a notícia "Saída do círculo vicioso está no ensino fundamental" do Estado de São Paulo de 05/set publicada no portal CNTE.
Precisa lembrar da violência? Professores apanhando em vários estados tornam-se notícia frequente. Com tudo isso, o portal CGC Educação publica no dia 23/set que o "MEC traça o perfil de quem quer ser professor no Brasil". Continua a matéria: "Uma das variáveis mais importantes para melhorar a qualidade da educação no Brasil – atrair os alunos mais talentosos para a carreira docente – está longe de ser realidade no Brasil. Pelo menos é o que revela um estudo do Ministério da Educação com base nos dados do Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem, sobre o perfil do brasileiro que pretender ser professor: mulher, estudante de escola pública, renda familiar de até dois salários mínimos, tem mãe que nunca estudou e tirou nota abaixo de 20 no Enem (na escala de 0 a 100)."
Tinha como ser diferente? Pena saber que "um relatório da consultoria McKinsey e Company, de 2007, indica que todos os dez países com as melhores notas no Programme for International Student Assessment (Pisa) da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) selecionam os professores dentre os 30% melhores graduados.´"
É... Estamos muito longe de uma educação de qualidade...
quarta-feira, 24 de março de 2010
Sua escola está pronta para o século XXI?
Notícia de capa da Revista IstoÉ de 16/set/2009 (nº 2079) começa afirmando: "Revolução na Escola"! A revolução do título diz respeito ao novo Enem e as alterações que devem acontecer a partir daí: "Como o novo Enem vai mudar a forma de transmitir e avaliar o conhecimento nas instituições de ensino. E essas transformações começam na alfabetização".
A título de reflexão, vamos nos lembrar também de notícia atual sobre o "Ensino Médio Inovador", projeto do MEC que altera substancialmente a proposta de ensino no Ensino Médio (veja documento orientador em arquivo "pdf"). De acordo com o próprio MEC, "A intenção é estimular as redes estaduais de educação a pensar novas soluções que diversifiquem os currículos com atividades integradoras, a partir dos eixos trabalho, ciência, tecnologia e cultura, para melhorar a qualidade da educação oferecida nessa fase de ensino e torná-la mais atraente."
Você já reparou no que está acontecendo? A escola que conhecemos era razoável para a era industrial. Mas estamos em outra era! Da informação? Do conhecimento? Da tecnologia? Das Redes? Seja lá qual for, outra escola é necessária e as últimas investidas governamentais apontam para profunda alteração.
Palavras de Moacir Gadotti: "Como diz Ladislau Dowbor, a escola deixará de ser “lecionadora” para ser “gestora do conhecimento”. (...) Mas, para isso, não basta “modernizá-la”, como querem alguns. Será preciso transformá-la profundamente."
Sim, encontraremos pela frente muitas dificuldades! Não existe "fórmula mágica", "receita de bolo"... Há problema com custo, tempo de estudo/implantação, formação de professores, perfil (e respectiva aceitação) dos familiares dos alunos, etc etc etc.
Mas você vai ficar parado? Em breve estará obsoleto, será peça de museu... Cuidado! Perceba a tendência!
A título de reflexão, vamos nos lembrar também de notícia atual sobre o "Ensino Médio Inovador", projeto do MEC que altera substancialmente a proposta de ensino no Ensino Médio (veja documento orientador em arquivo "pdf"). De acordo com o próprio MEC, "A intenção é estimular as redes estaduais de educação a pensar novas soluções que diversifiquem os currículos com atividades integradoras, a partir dos eixos trabalho, ciência, tecnologia e cultura, para melhorar a qualidade da educação oferecida nessa fase de ensino e torná-la mais atraente."
Você já reparou no que está acontecendo? A escola que conhecemos era razoável para a era industrial. Mas estamos em outra era! Da informação? Do conhecimento? Da tecnologia? Das Redes? Seja lá qual for, outra escola é necessária e as últimas investidas governamentais apontam para profunda alteração.
Palavras de Moacir Gadotti: "Como diz Ladislau Dowbor, a escola deixará de ser “lecionadora” para ser “gestora do conhecimento”. (...) Mas, para isso, não basta “modernizá-la”, como querem alguns. Será preciso transformá-la profundamente."
Sim, encontraremos pela frente muitas dificuldades! Não existe "fórmula mágica", "receita de bolo"... Há problema com custo, tempo de estudo/implantação, formação de professores, perfil (e respectiva aceitação) dos familiares dos alunos, etc etc etc.
Mas você vai ficar parado? Em breve estará obsoleto, será peça de museu... Cuidado! Perceba a tendência!
segunda-feira, 1 de março de 2010
Copyright neste blog
De acordo com Creative Commons 3.0 (vide), você pode copiar, distribuir e transmitir a obra, bem como criar obras derivadas, sob as seguintes condições:
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