Nenhum dos dois! Uma pequena reflexão sobre um falso problema.
A polêmica continua crescendo, ainda mais agora que chegou a fazer parte da discussão político-partidária. Trabalhar com ciclos (sem reprovação) ou com séries e reprovações?
Acredito que o grande problema é termos um falso dilema. Tudo se restringe a duas posturas, ambas indesejadas!
1. É bom para o aluno promovê-lo à etapa seguinte sem possuir o mínimo necessário?
2. É bom para o aluno fazê-lo refazer toda uma etapa por problemas detectados na formação?
A resposta às duas perguntas é, obviamente, NÃO! Talvez por isso a polêmica não tenha fim. A análise deve ser outra.
A repetência é um mal. Todos sabemos e acreditamos. Causa evasão escolar, diante do sentimento de fracasso. Causa custos elevados na educação pública. Causa vários transtornos ao aluno e à sociedade. Então, não devemos reprovar! Devemos recuperar! E aí está o nó da questão.
Não reprovar não significa não avaliar constantemente o aluno, o ensino e a aprendizagem. Não significa rever rumos a todo momento. Significa só prosseguir quando o aluno tiver de fato adquirido aquela competência desejada. Significa acompanhar o aluno de perto, orientando-o para uma aprendizagem eficiente e eficaz.
Eis o grande erro. Deixar o aluno prosseguir sem ter a mínima condição é tão prejudicial quanto fazê-lo repetir! O trabalho em ciclos supõe acompanhamento constante e certeza de progresso. Tanto quanto na "repetência seriada"...
No fundo, a "repetência" passa a ser feita por tópicos, não por anos! E desta forma, nem o aluno é promovido sem condições, nem é reprovado por todo um ano letivo.
É simples. É sabido. Sei que não digo novidades. Mas por que continuamos a ver tantas notícias nessa área? Cito duas desta semana:
Escolas de São Paulo voltarão a reprovar no 3º ano
( http://clippingdeeducacao.blogspot.com.br/2013/02/escolas-de-sao-paulo-voltarao-reprovar.html )
Escolas de Brasília testam novo currículo em ciclos e com menos reprovação
( http://clippingdeeducacao.blogspot.com.br/2013/02/escolas-de-brasilia-testam-novo.html )
É hora de esquecer as questões políticas e enfrentar o problema como deve ser feito...