Estamos sempre ouvindo sobre diferencial... Diferencial competitivo é a saída, dizem! Afinal, do que estamos falando?
Já que muitos dizem ter diferencial, aproveite para perguntar: "Qual?"
Ei! Professor!?! Esta pergunta é também para você!
Algumas respostas são comuns - e falsas...
"Tenho qualidade!" já ouvi dizer. Mas qualidade não é diferencial, é necessidade para sobreviver!
"Tenho foco no cliente!" dizem outros. Minha resposta seria "Não faz nada além da obrigação!" - mas normalmente fico quieto... Se a aula não é para o aluno é para quem?
"Tenho os melhores preços!" também já ouvi. E penso: "Azar o seu!" Pois conheço muitos exemplos de gente que cobra mais e ainda assim tem mais clientes que você...
Buscamos preço ou valor? Pagamos por produtos "ligeiramente" mais caros se acreditamos que é melhor, não? Não existe preço alto, existe valor que o cliente reconhece como justo ou injusto.
Vamos tentar outros termos? Vantagem competitiva.
Vamos traduzir? O que torna sua escola única?
Vejamos 3 coisas que você precisa saber sobre identificar seu diferencial competitivo:
1. É algo que faz você ser único e te diferencia da competição. Você pode ter um ótimo produto, mas se todos também têm, grande coisa! Não há nenhum diferencial. No entanto, se você liga para o cliente e o concorrente não faz isso, bingo! Essa pode ser sua vantagem competitiva.
2. É algo que os clientes valorizam e desejam. Você pode ser a empresa mais antiga no seu campo de atuação ou ter um escritório novinho em folha. No entanto, os consumidores não se importam com nada disso. Seu produto deve ser algo que eles realmente queiram.
3. É quantificável. Está é a chave. “Nós temos um bom atendimento ao consumidor”, isto não quer dizer nada. Agora se você disser ” 90% de nossos novos clientes chegam até nós por indicação de outros clientes”, está é uma afirmação mais confiável. Vá por mim, isto é algo que seus clientes irão apreciar.
(...) Lembre-se sempre de que a “cereja do bolo” é o que vai te diferenciar de seus concorrentes. (texto em azul tirado do site www.saiadolugar.com.br).
Ainda para entender: dois vídeos interessantes tratam de mostrar como ter esse diferencial. Um terceiro fala sobre "clientes" (estão todos aqui, na coluna do lado esquerdo deste blog).
Cabe agora perguntar: e sua escola? Em quê é única para quem? A resposta é um bom começo de seu planejamento. Chego a dizer que esta resposta é a sua salvação! Como concorrer aos grupos cada vez mais fortes na educação brasileira? Veja matéria recente sobre a movimentação do mercado: "Lucro que vem das salas de aula". a relação qualidade e preço continuará sendo obrigação, mas outros maiores terão uma melhor relação que a sua...
Seja diferente! É a mensagem, é o futuro. E não existe receita pronta... Você tem que achar sua saída. É a sua saída. É a sua escola. É o seu futuro... Boa sorte!
Ah! Assuntos correlatos neste blog:
"Sua escola está pronta para o século XXI?"
"A necessária escola privada"
"Não se educa por decreto"
Principais notícias da Educação Brasileira com comentários e discussões que possam gerar...
terça-feira, 17 de agosto de 2010
sábado, 14 de agosto de 2010
As distorções do ENEM
Para começar, deixo claro alguns itens:
1) Sou favorável à avaliação das escolas, públicas e privadas.
2) Acredito que o Enem representa um avanço muito grande no objetivo de melhorar a qualidade da educação brasileira.
No entanto quero aqui deixar manisfesto que estão confundindo as coisas, estão fazendo marketing com um instrumento de avaliação! Essa é a distorção!
Veja notícia do dia 13 de agosto no portal iG: "Objetivo ganha direito à revisão de nota no Enem na Justiça". O "ranking de escolas", mentira que toma tom cada vez mais oficial, não deveria existir, visto que o Enem não pretende avaliar as escolas!
Mas aos poucos estamos aceitando a listagem. Até briga por classificação já acontece, como mostra a matéria acima citada. Assim, nós, educadores, não estamos dando um exemplo muito louvável. Reclamamos do ranking - somente quando não estamos no topo da lista...
É uma distorção! O Enem pretende avaliar alunos (com vistas à promoção para o ensino superior). Se pretendesse avaliar escolas, teria que avaliar todos os alunos da escola, o que não ocorre. Promover ranking de escolas com um instrumento que não pretende avaliá-las é, no mínimo, uma mentira. Que acaba servindo de marketing para as escolas que se sobressaem.
Pior ainda: a exemplo do que vemos na matéria do iG, as escolas estão se preparando para o Enem. Dizem (não tenho nenhuma fonte oficial para comprovar) que o Objetivo montou essa escola especificamente para o Enem. Selecionou os melhores alunos, os melhores professores, promoveu período integral com todos os recursos necessários. Quis ter marketing às custas do Enem. Provou que pode sair-se bem promovendo a exclusão...
Se verdade for, lembro que não são os únicos. Algumas escolas estão selecionando seus alunos com vistas à uma classificação no Enem. Afinal, os bem classificados podem aumentar anuidades e terão lista de espera! Ora, isso é uma aberração! Prova alguma coisa? Que todos queremos ser enganados...
Há alguns anos atrás muitas escolas e muitos educadores brigaram contra o ranking. Hoje já são poucos... Vamos nos acostumando, aceitando aos poucos. É uma pena!
1) Sou favorável à avaliação das escolas, públicas e privadas.
2) Acredito que o Enem representa um avanço muito grande no objetivo de melhorar a qualidade da educação brasileira.
No entanto quero aqui deixar manisfesto que estão confundindo as coisas, estão fazendo marketing com um instrumento de avaliação! Essa é a distorção!
Veja notícia do dia 13 de agosto no portal iG: "Objetivo ganha direito à revisão de nota no Enem na Justiça". O "ranking de escolas", mentira que toma tom cada vez mais oficial, não deveria existir, visto que o Enem não pretende avaliar as escolas!
Mas aos poucos estamos aceitando a listagem. Até briga por classificação já acontece, como mostra a matéria acima citada. Assim, nós, educadores, não estamos dando um exemplo muito louvável. Reclamamos do ranking - somente quando não estamos no topo da lista...
É uma distorção! O Enem pretende avaliar alunos (com vistas à promoção para o ensino superior). Se pretendesse avaliar escolas, teria que avaliar todos os alunos da escola, o que não ocorre. Promover ranking de escolas com um instrumento que não pretende avaliá-las é, no mínimo, uma mentira. Que acaba servindo de marketing para as escolas que se sobressaem.
Pior ainda: a exemplo do que vemos na matéria do iG, as escolas estão se preparando para o Enem. Dizem (não tenho nenhuma fonte oficial para comprovar) que o Objetivo montou essa escola especificamente para o Enem. Selecionou os melhores alunos, os melhores professores, promoveu período integral com todos os recursos necessários. Quis ter marketing às custas do Enem. Provou que pode sair-se bem promovendo a exclusão...
Se verdade for, lembro que não são os únicos. Algumas escolas estão selecionando seus alunos com vistas à uma classificação no Enem. Afinal, os bem classificados podem aumentar anuidades e terão lista de espera! Ora, isso é uma aberração! Prova alguma coisa? Que todos queremos ser enganados...
Há alguns anos atrás muitas escolas e muitos educadores brigaram contra o ranking. Hoje já são poucos... Vamos nos acostumando, aceitando aos poucos. É uma pena!
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
São muitas as variáveis
Notícia de hoje (02/ago) da Folha.com: "Risco de baixo desempenho escolar é maior entre filhos de pais separados, diz pesquisa". Interessante notícia. De acordo com o levantamento, crianças e adolescentes com pais separados têm um risco 46% maior de ter baixo desempenho escolar.
Mas o que chamou-me de fato a atenção é a relação desta notícia com outras... Ranking do Enem, por exemplo.
Para ser bem classificado no Enem precisa algo mais que boas aulas, bons professores, etc etc etc. Precisa-se de corpo discente e docente "especiais"... É o que alguns estão fazendo!
Seleciona-se os melhores alunos. Para eles os melhores professores ministram aulas em turno integral. Funciona. Eu diria: grande novidade...
Agora podemos afirmar ainda mais: a família influi no resultado do Enem. Será que essas escolas vão escolher os alunos levando-se em conta também a situação dos pais???
Mas o que chamou-me de fato a atenção é a relação desta notícia com outras... Ranking do Enem, por exemplo.
Para ser bem classificado no Enem precisa algo mais que boas aulas, bons professores, etc etc etc. Precisa-se de corpo discente e docente "especiais"... É o que alguns estão fazendo!
Seleciona-se os melhores alunos. Para eles os melhores professores ministram aulas em turno integral. Funciona. Eu diria: grande novidade...
Agora podemos afirmar ainda mais: a família influi no resultado do Enem. Será que essas escolas vão escolher os alunos levando-se em conta também a situação dos pais???
Fazer a diferença
Hoje fui ao banco. Alguém gosta de fazer esse "passeio"? Acho difícil...
Excesso de gente, excesso de fila, excesso de tempo perdido, excesso de paciência! A começar pela porta giratória: vai-não-vai, passa-não-passa. "Já tirou todas as chaves?" "O cinto é de metal?" "Posso ver a bolsa?" Humilhação a todo momento, para qualquer um.
Pois hoje fui ao banco... Investi-me de vontade, armei-me de paciência e vamos lá! Não tem outro jeito! No caminho entre uma escola que tinha que visitar e uma reunião que tinha que fazer passo numa agência pequena, que nem tinha reparado antes que existia.
Chegando perto da temida porta giratória, vejo um segurança do banco que mais parecia um guarda de trânsito. Orientava quando entrar, quando sair, quem tinha preferência, ...
- Senhor, por favor aguarde um pouco.
- Senhor, pode sair, tenha um bom dia.
Na minha frente um senhor. Macacão sujo de graxa, gente simples. Parecia (e devia estar) nervoso. Chegou a vez dele:
- Por favor, senhor. Deixe tudo de metal aqui. Seu sapato tem ponteira de metal? Então chegue perto do sensor. Ali! Isso... Agora entre. Pare um pouco, espere.
O segurança-do-trânsito entrou na porta. Girou para lá, para cá. Abriu a porta para o senhor. O tratamento dispensado foi fora do normal. Comecei a observar o dito cujo.
Foi até a fila do caixa eletrônico:
- Senhor, esse caixa não faz retirada de dinheiro.
- Senhora, este caixa é preferencial para idosos, venha aqui!
Cada um que saia, cada um que entrava recebia uma fala do segurança-do-trãnsito.
Interessante notar que ele não estava sozinho. Mas os outros dois seguranças eram somente... seguranças! Estavam quietos, atentos a tudo e a todos. Mudos em seus postos.
Aquele segurança-do-trânsito fazia a diferença. Ninguém reclamou da porta giratória, embora alguns tenham sido presos nela. A diferença estava no tratamento. Ninguém se sentia inferiorizado.
Tratar as pessoas como elas deveriam ser tratadas. Essa foi a lição que o segurança me proporcionou... Não chego a dizer que quero voltar no banco (o banco não mudou nada), mas com certeza ele tornou aquela agência diferente. Mais humana.
Seria muito bom se nas nossas escolas tivéssemos muitas pessoas que conseguissem transmitir a mesma sensação positiva que o segurança-do-trânsito, não? O que é necessário para isso?
Talvez mais conhecimento da instituição. Talvez mais responsabilidade e empreendedorismo de todos. Talvez um clima de harmonia em que todos se sintam bem e trabalhando para uma causa comum. Talvez um pouco disso tudo.
Mas com certeza seria uma escola em que gostaria de deixar meus filhos...
Excesso de gente, excesso de fila, excesso de tempo perdido, excesso de paciência! A começar pela porta giratória: vai-não-vai, passa-não-passa. "Já tirou todas as chaves?" "O cinto é de metal?" "Posso ver a bolsa?" Humilhação a todo momento, para qualquer um.
Pois hoje fui ao banco... Investi-me de vontade, armei-me de paciência e vamos lá! Não tem outro jeito! No caminho entre uma escola que tinha que visitar e uma reunião que tinha que fazer passo numa agência pequena, que nem tinha reparado antes que existia.
Chegando perto da temida porta giratória, vejo um segurança do banco que mais parecia um guarda de trânsito. Orientava quando entrar, quando sair, quem tinha preferência, ...
- Senhor, por favor aguarde um pouco.
- Senhor, pode sair, tenha um bom dia.
Na minha frente um senhor. Macacão sujo de graxa, gente simples. Parecia (e devia estar) nervoso. Chegou a vez dele:
- Por favor, senhor. Deixe tudo de metal aqui. Seu sapato tem ponteira de metal? Então chegue perto do sensor. Ali! Isso... Agora entre. Pare um pouco, espere.
O segurança-do-trânsito entrou na porta. Girou para lá, para cá. Abriu a porta para o senhor. O tratamento dispensado foi fora do normal. Comecei a observar o dito cujo.
Foi até a fila do caixa eletrônico:
- Senhor, esse caixa não faz retirada de dinheiro.
- Senhora, este caixa é preferencial para idosos, venha aqui!
Cada um que saia, cada um que entrava recebia uma fala do segurança-do-trãnsito.
Interessante notar que ele não estava sozinho. Mas os outros dois seguranças eram somente... seguranças! Estavam quietos, atentos a tudo e a todos. Mudos em seus postos.
Aquele segurança-do-trânsito fazia a diferença. Ninguém reclamou da porta giratória, embora alguns tenham sido presos nela. A diferença estava no tratamento. Ninguém se sentia inferiorizado.
Tratar as pessoas como elas deveriam ser tratadas. Essa foi a lição que o segurança me proporcionou... Não chego a dizer que quero voltar no banco (o banco não mudou nada), mas com certeza ele tornou aquela agência diferente. Mais humana.
Seria muito bom se nas nossas escolas tivéssemos muitas pessoas que conseguissem transmitir a mesma sensação positiva que o segurança-do-trânsito, não? O que é necessário para isso?
Talvez mais conhecimento da instituição. Talvez mais responsabilidade e empreendedorismo de todos. Talvez um clima de harmonia em que todos se sintam bem e trabalhando para uma causa comum. Talvez um pouco disso tudo.
Mas com certeza seria uma escola em que gostaria de deixar meus filhos...
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